Por Poder na política de Rondônia, Marcos Rogério e Ivo Cassol ensinam que a ‘‘rasteira’’ pode sair de qualquer lugar

Por Poder na política de Rondônia, Marcos Rogério e Ivo Cassol ensinam que a ‘‘rasteira’’ pode sair de qualquer lugar

Porto Velho, RO – Em meio às movimentações pré-eleitorais em Rondônia, dois eventos recentes evidenciam as disputas acirradas pelo poder, revelando que, muitas vezes, não há espaço para coleguismo, amizade e até mesmo laços familiares no mundo político.

O senador Marcos Rogério, do PL, protagonizou uma manobra que culminou na destituição de seu colega Jaime Bagattoli, enquanto o ex-governador Ivo Cassol, do Progressistas, surpreendeu ao articular a saída de sua irmã, Jaqueline Cassol, do partido. Esses episódios não apenas expõem as tensões internas nas legendas, mas também suscitam reflexões sobre a democracia interna e os interesses pessoais que permeiam o ambiente político.

No primeiro caso, a tomada de poder por parte do senador Marcos Rogério revela as intricadas disputas dentro do Partido Liberal. Em uma ação coordenada com Valdemar Costa Neto, presidente nacional da legenda, Rogério tramou uma estratégia para suplantar seu colega Jaime Bagattoli. A aceitação passiva de Bagattoli diante dessa manobra evidenciou a fragilidade das relações políticas, onde os interesses individuais muitas vezes se sobrepõem à lealdade partidária e ao respeito mútuo.

Já o segundo episódio, envolvendo a família Cassol, expõe as disputas pessoais e ideológicas que permeiam os bastidores políticos. Ivo Cassol, negociando diretamente com o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas, articulou a saída de sua própria irmã, Jaqueline Cassol, do partido.

Essa decisão não apenas gerou uma disputa pública entre os membros da família Cassol, mas também levantou questões sobre a representatividade e os valores que orientam as ações políticas.

Para compreender esses acontecimentos, o Rondônia Dinâmica consultou o cientista político João Paulo Viana, professor de Ciência Política da Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

Segundo Viana, embora os casos apresentem particularidades distintas, ambos refletem o desejo de controlar o partido visando maximizar as oportunidades eleitorais. Além disso, destacou a importância dos partidos políticos como organizações fundamentais para a democracia, apesar do alto descrédito que enfrentam perante a opinião pública.

Viana ressaltou ainda a relevância de compreender como as legendas se comportam em seus processos políticos internos, especialmente diante do aumento significativo de recursos públicos destinados aos partidos nos últimos anos.

Essa compreensão se torna essencial para avaliar os rumos da política e garantir a transparência e a legitimidade dos processos eleitorais.

Diante desses eventos, fica evidente que as eleições municipais em Rondônia não se limitam apenas às disputas nas urnas, mas também refletem os embates e as estratégias que permeiam os bastidores políticos.

Enquanto os líderes partidários buscam consolidar seu poder e influência, é fundamental que os eleitores estejam atentos aos interesses em jogo e exijam transparência e ética por parte de seus representantes políticos. A democracia, afinal, depende do engajamento cívico e da vigilância constante dos cidadãos.

Autor / Fonte: Rondoniadinamica

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