Porto Velho, RO – Rodrigo Manga, do Republicanos, reeleito prefeito de Sorocaba, interior de São Paulo, vem se consolidando como uma das figuras políticas mais comentadas da atualidade. Seu modelo de gestão, aliado a uma forte presença digital baseada em tendências de redes sociais, tem gerado engajamento e o projetado para além dos limites municipais. O chamado "efeito Manga" já desperta atenção em diferentes espectros políticos, incluindo da direita bolsonarista, da esquerda lulista e até de Pablo Marçal (PRTB).
A estratégia do prefeito sorocabano consiste em um misto de ações simbólicas e pragmáticas. Ele promove iniciativas inusitadas, como a distribuição de power banks para que cidadãos carreguem seus celulares gratuitamente e a oferta de guarda-chuvas compartilhados em pontos estratégicos da cidade. Essas medidas, aliadas a vídeos bem-humorados e a inserção constante em memes e trends do Instagram e do TikTok, reforçam a percepção de Sorocaba como um município em ascensão no que diz respeito à qualidade de vida. Comparações com Curitiba, cidade historicamente elogiada pela organização urbana, já começam a circular entre seus seguidores.
Apesar de se posicionar frequentemente como um político moderado, Manga mantém vínculos claros com o bolsonarismo. Em aproximadamente um a cada dez vídeos postados, ele reforça sua conexão com a direita. Um exemplo disso foi o anúncio de um decreto de "livre trânsito" com os Estados Unidos, aceno direto a um discurso de soberania e aproximação com pautas conservadoras.
Manga tem milhões de visualizações no TikTok / Reprodução
No entanto, seu diferencial está na capacidade de atrair eleitores que vão além da base bolsonarista. Seu apelo popular, impulsionado por uma comunicação digital eficaz, rompe barreiras e atrai simpatizantes que não necessariamente se identificam com a polarização política vigente. Esse fator tem colocado Manga como uma peça de interesse no cenário eleitoral nacional, ainda que sua candidatura a cargos superiores seja, por ora, apenas uma especulação motivada pela pressão de seus seguidores.
O impacto desse novo modelo de comunicação política já pode ser observado em Porto Velho, Rondônia. O prefeito Léo Moraes (Podemos) adotou práticas semelhantes, apostando em vídeos diários para prestar contas à população. Apesar de manter um tom mais sério, embora brinque evitando excessos cômicos, sua abordagem reforça a transparência e a proximidade com os eleitores, gerando um retorno positivo em termos de engajamento e credibilidade.
A grande questão que se coloca é se a estratégia de Rodrigo Manga encontrará eco em outras partes do país. A política tradicional, baseada em comícios e declarações formais à imprensa, parece cada vez mais distante do eleitorado digital. Quem não compreender essa mudança corre o risco de se tornar obsoleto.
O "efeito Manga" pode não ser um fenômeno isolado, mas sim um indicativo de como a comunicação política está sendo reconfigurada. A fronteira entre governança e entretenimento nunca foi tão tênue, e os próximos anos dirão se essa tendência se consolidará como um novo paradigma ou se ficará restrita a figuras específicas. De qualquer forma, a era dos políticos digitais já começou.
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