Por G1
Publicada em 22/10/2019 às 16h06
Centenas de manifestantes voltaram a ocupar as ruas de Santiago e outras cidades nesta terça-feira (22), mais um dia de protestos no Chile. Há relatos de confrontos, barricadas e incêndios. Porém, segundo a imprensa chilena, a maior parte das manifestações no país ocorre pacificamente.
Com a continuidade dos protestos, o Exército do Chile afirmou que a região metropolitana de Santiago terá novo toque de recolher entre as 20h desta terça e as 5h de quarta (horários locais).
Em Santiago, a maior parte do metrô da capital continua fechado. Apenas a Linha 1 – que cruza a cidade de leste a oeste – funciona, mas quatro estações permanecem sem funcionar. Entre elas, estão as paradas mais próximas do centro, onde os protestos se concentram.
A administradora do metrô de Santiago anunciou que vai adiantar o término do serviço para as 18h30 nesta terça, uma hora e meia antes do início do toque de recolher. Quem sair às ruas no período definido pelas autoridades chilenas deverá apresentar às autoridades um salvo conduto.
Além da capital, há protestos em diversas cidades, inclusive as maiores do país, como Valparaíso, Antofagasta e Concepción. O toque de recolher também foi anunciado nas seguintes regiões chilenas, além de Santiago:
Antofagasta, Mejillones, Calama e Tocopila – das 20h às 6h
Concepción – das 18h às 6h
Copiapó, Vallenar e Caldera – 20h às 6h
Iquique e Alto Hospicio das 22h às 6h
La Serena e Coquimbo – das 20h às 6h
Rancagua – das 20h às 6h
Valparaíso – das 18h às 5h30
Valdivia – das 21h às 6h
Mortos a tiros
Na manhã desta terça-feira, o governo chileno confirmou a morte de 15 pessoas desde o acirramento dos protestos na semana passada. Desse número, 11 morreram na capital.
O subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla, informou que três das vítimas foram mortas a tiros, fora da capital. Além disso, um militar foi preso pela morte de um manifestante de 25 anos, afirmou o promotor Julio Contardo ao jornal "El Mercurio".
Na cidade de Talcahuano, um dos manifestantes foi atropelado na segunda-feira (21) por um caminhão da Marinha, afirmou a promotora Ana María Aldana. Segundo ela, o motorista foi identificado e levado ao departamento da polícia e indiciado por lesões graves.
Governo promete 'agenda social'
Enquanto os manifestantes começavam a se mobilizar, o governo do presidente Sebastián Piñera se encontrou com líderes partidários no Palácio La Moneda, em Santiago. Convidadas, legendas de oposição não participaram das negociações.
O ministro do Interior, Andrés Chadwick, afirmou que o governo apresentará uma "agenda social" em breve após escutar "com muita atenção as diferentes reivindicações dos presidentes dos partidos" que compareceram ao encontro.
"Muito em breve, vamos entregar ao país uma proposta de agenda social para avançar no país; queremos que ela possa se traduzir em um avanço da normalização do país e da vida de toda família no Chile", afirmou Chadwick.
Entenda as manifestações no Chile
Os protestos no Chile começaram depois que o governo anunciou um aumento de 30 pesos na tarifa do metrô, equivalente a R$ 0,17;
Violência aumentou nos protestos a partir de sexta (18), após confrontos com a polícia;
O governo decretou, no sábado (19), estado de emergência por 15 dias, e Exército foi às ruas pela 1ª vez desde a ditadura;
Presidente chileno suspendeu o aumento na tarifa do metrô, mas os protestos continuaram.