Por G1
Publicada em 16/11/2019 às 09h51
O movimento dos "coletes amarelos" voltou a protestar neste sábado (16), no fim de semana em que completa um ano de manifestações antigovernamentais.
A polícia de Paris disparou bombas de gás lacrimogêneo no noroeste de Paris para dispersar os manifestantes. Os confrontos eclodiram entre manifestantes e policiais na Porte de Champerret, enquanto os manifestantes se preparavam para marchar pela cidade em direção à Gare d'Austerlitz, no sul da capital francesa. A polícia também interveio para impedir que algumas centenas de manifestantes ocupassem o anel viário de Paris, segundo a Reuters.
A polícia de Paris informou que 33 pessoas foram presas.
Pelo menos três manifestações oficiais estavam previstas para serem realizadas na capital francesa. No entanto, segundo uma lista de eventos divulgada nas redes sociais, mais de 200 ações estão previstas em todo o país.
O governo mobilizou um dispositivo de segurança especial para esse fim de semana, mesmo que o movimento tenha perdido força. Os últimos protestos dos “coletes amarelos” reuniram apenas alguns milhares de manifestantes, enquanto a primeira passeata, em 17 de novembro de 2018, mobilizou 282 mil pessoas.
Mas as autoridades temem a participação de manifestantes radicais no protesto e atos de vandalismo, como os que marcaram boa parte das passeatas dos “coletes amarelos”.
Além de reforçar a segurança nos arredores de alguns monumentos e prédios, como o palácio do Eliseu, sede da presidência, as marchas não poderão se aproximar de locais considerados estratégicos, como a praça do Trocadéro, diante da Torre Eiffel, ou a avenida do Champs-Elysées, palco cenas de destruição em protestos passados.
Temendo ataques, alguns comerciantes também instalaram tapumes para proteger suas vitrines.
Além de Paris, manifestações são previstas nas principais cidades francesas, como Bordeaux, Lille, Lyon, Marselha, Nantes ou Toulouse. Os organizadores também convocaram os “coletes amarelos” para que paralisem rotatórias nas estradas próximas de locais como Besançon, Calais, Colmar, Dunkerque e Montpellier.
Protestos perderam força
Os protestos foram deflagrados em meados de novembro de 2018, originalmente devido a aumentos nos preços dos combustíveis e ao alto custo de vida, mas entraram em um movimento mais amplo contra o presidente Emmanuel Macron e sua tentativa de fazer reformas econômicas.
Os protestos perderam força nos últimos meses, passando de dezenas de milhares de participantes para apenas alguns milhares, mas seus líderes pediram para voltar a mobilização neste sábado, para comemorar o primeiro aniversário.
No seu auge no final de 2018, o movimento cresceu para até 300 mil pessoas.
Mais de metade da população apoia 'coletes amarelos'
Segundo uma pesquisa de opinião divulgada esta semana, 55% dos franceses apoiam ou exprimem simpatia pelo movimento. No entanto, de acordo com o mesmo estudo, 63% das pessoas ouvidas não desejam que a mobilização seja retomada.
Os “coletes amarelos” começaram a se manifestar em oposição ao aumento de um imposto sobre os combustíveis. O movimento ganhou força rapidamente e se transformou em uma onda de protestos nacional contra o governo, com a queda do poder aquisitivo como uma das principais reclamações.
A mobilização levou o presidente francês, Emmanuel Macron, a lançar um debate nacional, seguido de algumas medidas econômicas e sociais.