Por Notícia ao Minuto - Portugal
Publicada em 21/11/2019 às 16h18
"Tudo isto tem por objetivo derrubar-me", acrescentou Netanyahu em conferência de imprensa, na qual questionou a independência da justiça israelita.
Netanyahu reagia ao anúncio pelo procurador-geral de Israel, Avichaï Mandelblit, da decisão de acusar o primeiro-ministro de fraude, suborno e abuso de confiança em três casos de corrupção.
A acusação foi feita no mesmo dia em que o Presidente Reuven Rivlin encarregou o parlamento de encontrar um chefe de governo, após Benjamin Netanyahu e do seu rival Benny Gantz terem falhado nas respetivas tentativas de formar um executivo na sequência das eleições de 17 de setembro.
Netanyahu negou sempre o seu envolvimento nos três casos, alegando que as investigações fazem parte de uma vingança política e de uma "caça às bruxas", que inclui a esquerda, os media e a polícia.
"Não haverá nada porque não houve nada", disse Netanyahu no início do ano.
Os três casos são designados de "1000", "2000" e "4000".
No primeiro, Netanyahu, assim como a sua mulher Sara e o filho Yaur são suspeitos de terem recebido benefícios e presentes avaliados em centenas de milhares de euros de vários milionários, como o produtor de Hollywood israelita Arnon Milchan, em troca de ajuda em várias questões.
O segundo é sobre um alegado acordo secreto entre Netanyahu e o editor do jornal diário Yedioth Ahronoth Arnon Mozes. O primeiro-ministro criaria dificuldades ao jornal Israel Hayom, rival do Yedioth Ahronoth, em troca de uma cobertura mais favorável por parte deste.
No designado "caso 4000", Netanyahu é suspeito de ter beneficiado Shaul Elovich, o principal acionista da maior empresa de telecomunicações de Israel, a Bezeq, em troca de uma cobertura favorável no portal de informação Walla, propriedade da Bezeq.
A acusação a Netanyahu, o primeiro chefe de Governo do país a ser acusado enquanto em funções, surge em plena crise política em Israel e pode reduzir as suas hipóteses de se manter no poder.
A lei israelita não obriga um primeiro-ministro a demitir-se se for acusado, mas Netanyahu, 69 anos e há 13 no poder, poderá vir a ser pressionado nesse sentido além de que não poder vir a ocupar, por lei qualquer outro cargo de Governo ou de Estado.