Por Rondoniadinamica
Publicada em 25/01/2020 às 09h57
Porto Velho, RO — O deputado estadual Eyder Brasil, do PSL, gravou vídeo com discurso hidrófobo, recheado de palavreado chulo e o veiculou em sua página no Facebook. Nas imagens, o político aparece fazendo inúmeras acusações, apontando nomes e proferindo desaforos a torto e a direito.
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Ele, que já se declarou publicamente pré-candidato à Prefeitura de Porto Velho a fim de concorrer à sucessão de Hildon Chaves, do PSDB, deu o tom das eleições 2020 na capital de Rondônia.
Aliás, tirando as passagens onde Brasil desfere ataques a quem um dia foi seu aliado, incluindo tanto jornalista quanto ativista político de direta, isto sem contar as saraivadas retóricas disparadas contra ex-servidor da Assembleia que deflagrou "guerra" contra o membro do Legislativo, de importante mesmo resta um trecho específico do vídeo.
E este trecho merece reprodução. Assista logo abaixo.
Aqui, o deputado acusa suposto pré-candidato a prefeito de Porto Velho, ou seja, um eventual adversário no pleito vindouro, de patrocinar postagens em página de humor com bastante audiência no Facebook a fim de desestabilizá-lo.
Qual a diferença entre este trecho e todos os demais? Oras, o parlamentar simplesmente perde a coragem quando vai falar de outro político. É bom frisar que todos os outros, aqueles que foram mencionados de maneira nominal, são pessoas comuns: um jornalista, ativista político, dono de página de humor e o ex-servidor do Legislativo.
Na hora em que teve a chance de mostrar peito de verdade, deixando claro que a gritaria não tratava-se apenas de engodo teatral para lavar roupa suja em público, o militar, como diz a juventude contemporânea, arregou.
E é bom frisar que as situações onde Brasil deu nome são todas de ordem particular. O único caso de interesse público seria aquele do tal pré-candidato pagando páginas de humor para sacanear adversário.
Esse tem nome? Não!
A atitude nos remete a episódio passado onde um recém-eleito Eyder Brasil resolveu dizer que jornalistas "são bandidos, safados e estariam, ainda de acordo com o excelentíssimo, tramando às penumbras para alcançar as rédeas da Secretaria de Comunicação (Secom/RO), órgão do Estado".
Neste situação específica ele jamais apresentou denúncia formal nem apontou nome dos profissionais de imprensa que, na cabeça dele, estariam tramando para ocupar determinada Secretaria do Estado.
Agora, a mesmíssima coisa: "Um pré-candidato está pagando uma página para me atacar e bla bla bla bla...".
E aí?
Denúncia? Não. Nome? Também não.
Agora, o substrato do discurso vulgar que faz um representante eleito pelo povo descer à camada do pré-sal para resolver picuinhas e apresentar acusações sem nomes é sintoma crônico dos tempos de hoje: o grito venceu o fidalgo.