Por Rondoniadinamica
Publicada em 04/01/2020 às 10h29
Porto Velho, RO — Por enquanto, o deputado federal Léo Moraes, figura máxima do Podemos em Rondônia, esconde o jogo em relação às eleições municipais deste ano.
Com quase 70 mil votos, 8,88% da contagem válida relacionada a quem eventualmente concorreu à Câmara dos Deputados, sagrou-se campeão no pleito em primeiríssimo lugar entre os oito eleitos para a função.
Em termos comparativos, Expedito Netto, do PSD, que já vinha de mandato bem estabelecido encampado no Congresso Nacional representando o estado em Brasília, foi o segundo colocado — só que bem atrás.
Antes disso, apesar do empenho empreendido, sofreu revés ao enfrentar o à época novato Hildon Chaves (PSDB), atual prefeito, que apresentou-se com as credenciais do não-político, cartada fora de questão para 2020.
Em 2016, a distância foi pequena no primeiro turno: o tucano neófito levou 57.954 mil votos, dois mil a mais que Moraes, o segundo colocado à ocasião. Na rodada seguinte, no tête-à-tête, a margem aumentou e o chefe do Executivo municipal impôs derrota maiúscula ao adverário batendo a marca dos 148 mil votos, 69 mil a mais.
Conforme já dito, a recomposição de Léo após a mudança para o Podemos, a assunção como dirigente partidário e a subsequente eleição a deputado federal em 2018 não apenas o colocou de pé depois da lona apresentada pela primeira vez na vida política após o embate com o Hildon. Na verdade, ela também o inseriu de volta no tabuleiro como figura fortíssima na disputa pela cadeira-mor do Palácio Trancredo Neves.
Mas a pergunta é: ele deseja mesmo concorrer? Esse questionamento ainda mantém aceso o sinal de alerta de seus principais adversários, porquanto traçar qualquer plano de candidatura, por ora, torna-se praticamente inviável justamente em decorrência dessa atmosfera dúbia relacionada ao sujeito que perdeu, levantou-se, mudou de sigla, tornou-se mandatário de legenda e rompeu barreiras eletivas em pouquíssimo tempo.
Lado outro, aliados como o empresário Guto Pellucio, por exemplo, deixam a sanha inflamar; no caso de Pellucio se não há adesão de parte significativa da população como ocorre como a figura politicamente ascendente, Léo Moraes, no caso, existe com certeza base empresarial e dinheiro para eventual financiamento de campanha.
Entretanto, independentemente de quem seja candidato, Léo ou Guto, Guto ou Léo, levando em conta que pode haver um terceiro, quarto ou quinto nome anunciado pelas bandas do Podemos, há dois tipos que devem ser levados a sério em decorrência de particularidades relacionadas às suas respectivas performances.
O primeiro, por óbvio, é Hildon Chaves. E embora o discurso do "não sou político" tenha sido sepultado em 2016, por tratar-se de jogada de um único projétil já deflagrado, agora existe a máquina nas mãos — o que coloca de antemão a grande maioria entre gestores em franca vantagem quando estes pretendem lançar seus nomes à reeleição.
O outro é Vinícius Miguel, do Cidadania, que também resolveu se reciclar após o pleito de 2018 saindo da Rede Sustentabilidade e tornando-se o comandante regional da própria sigla. Candidato pela primeira vez no ano passado, o professor universitário foi o pleiteante mais votado em Porto Velho, e isso também chamou a atenção da classe política enraizada: e isto não só na Capital, mas em todos os rincões do estado de Rondônia. Para se ter ideia, fez 22 mil votos a mais que Marcos Rocha, do PSL, o governador eleito, também considerado candidato lançado por Porto Velho.
No mais, é pensar em como fatias mínimas do eleitorado irão se diluir, vez que, até agora, mais de 11 pré-candidaturas já foram ventiladas mesmo que informalmente.
Cidadão tira foto em frente ao outdoor de Mauro Nazif contr a Energisa / Reprodução-Facebook
Aliás, até mesmo o velho conhecido Mauro Nazif, do PSB, poderia influenciar significativamente essa distribuição com sua base sólida de eleitores composta basicamente pela fidelidade tradicional do funcionalismo público: sem contar as investidas performáticas contra a Energisa SA, empresa considera a inimiga número 1 do rondoniense atualmente, onde, certamente, conquistou ou reconquistou a confiança de outros tantos.
De qualquer forma, o ano mal começou e a sorte já está lançada.