Por Redação
Publicada em 31/01/2020 às 10h16
O sucesso do 5G na China, e os problemas internacionais de segurança. (FONTE: TecMMundo)
Mais de 20 smartphones, tablets antigos e outros dispositivos se escondem em um canto na casa de Jun Yu, em Pequim – um ferro-velho de tecnologia em constante crescimento. Seu apartamento também possui um assistente inteligente do Google Home e um Amazon Echo. "Eu trago três telefones comigo todos os dias. Uso um telefone para aplicativos chineses, meu iPhone para aplicativos do Gmail e ocidentais e meu telefone do Google Pixel para o trabalho", diz o empresário de tecnologia de 34 anos.
Sua obsessão valeu a pena. Em 2009, ele comprou o primeiro telefone a usar o Android, o software que agora roda mais de 80% dos smartphones. Um ano depois, o graduado em física fundou sua própria empresa, criando conteúdo para usuários chineses do Android. Em 2016, ele havia vendido a empresa à Alibaba, a gigante chinesa do comércio eletrônico, por um valor não divulgado.
Agora ele está animado com a próxima geração de tecnologia, conhecida como 5G. Ela promete conexões extremamente rápidas com a Internet para o seu telefone celular – rápido o suficiente para baixar filmes em questão de segundos ou para transmitir TV de alta definição. Em outubro, Jun Yu encomendou um smartphone pronto para o 5G, fabricado pela Xiaomi.
"O 4G possibilitou muitas coisas, como vídeo para dispositivos móveis, jogos mais envolventes, principalmente os que demandam de muitos dados móveis, como os jogos de cassino online brasil”. Sei que o 5G também possibilitará muitas coisas, mas ainda não sei exatamente até que ponto", diz ele. Nos EUA e no Reino Unido, o lançamento de redes 5G foi dificultado por uma disputa internacional sobre um dos mais importantes fornecedores de equipamentos 5G, a chinesa Huawei.
Um problema internacional
Os EUA proibiram o uso de equipamentos Huawei em redes 5G por questões de segurança e incentivaram seus aliados a fazer o mesmo. O país também mantém um controle rígido sobre o que as empresas americanas podem vender para a Huawei, o que interrompeu as vendas de telefones da marca no exterior.
A Huawei desperta preocupação em questões de segurança nos Estados Unidos. (FONTE: Veja).
Analistas do setor, como Edison Lee, do grupo de serviços financeiros Jefferies, veem a pressão dos EUA sobre a Huawei como uma tentativa de quebrar o domínio potencial da China no mercado global de 5G. "A guerra tecnológica baseia-se no argumento americano de que os avanços tecnológicos da China foram construídos com base em direitos de propriedade intelectual roubados e pesados subsídios do governo, e sua crença de que o equipamento de telecomunicações chinês não é seguro e é uma ameaça à segurança nacional dos EUA e de seus aliados", ele diz.
"À medida que a Huawei e a ZTE [empresa chinesa] dominam cada vez mais o mercado global de equipamentos de telecomunicações, o mundo ocidental fica mais vulnerável à espionagem chinesa", acrescenta Lee. A Huawei sempre negou veementemente que sua tecnologia possa ser usada para espionagem. Enquanto os países ocidentais se preocupam com um dos principais fornecedores da tecnologia 5G, a China está avançando com sua implantação.
Em 31 de outubro, as empresas de telecomunicações chinesas lançaram serviços 5G em mais de 50 cidades chinesas, criando uma das maiores redes do mundo. A Huawei construiu cerca de 50% da rede. O Ministério da Informação chinês afirma que em apenas 20 dias o país registrou mais de 800.000 assinantes. Analistas preveem que a China terá 110 milhões de usuários de 5G até 2020.