Por Sérgio Pires
Publicada em 25/02/2020 às 08h43
OS IMENSOS INTERESSES ENVOLVIDOS SÃO TANTOS E TÃO COMPLEXOS QUE, NA SAÚDE PÚBLICA, SÓ SE ENXUGA GELO
Fazer saúde pública é enxugar gelo! Não há nada mais correto a se dizer, quando o tema é esse. Ela está envolta num tal emaranhado de burocracia e interesses de grupos, que nem milagres a conseguem colocar nos trilhos. Ainda mais no Brasil, onde cada um puxa a sardinha para a sua brasa e onde o povo fica sempre em último na fila, como sempre ficou. Em Rondônia não é diferente.
Nos últimos anos, houve melhoras sim, no contexto da saúde. Na atual administração de Marcos Rocha, sob o comando do competente e dedicado Fernando Máximo, o setor deu uma alavancada. Medidas simples foram tomadas, junto com outras complexas, como tirar os pacientes do chão do João Paulo II ou acabar com espera de anos, com a realização de mutirões de cirurgias, mas, no final, tudo volta ao essencial: a saúde é prioridade nos planos; faz-se dela discursos de palanque, mas pouca coisa melhora, na realidade, na ponta final do caos, quando os pobres brasileiros morrem em filas sem fim. Como melhorar a saúde num país onde o SUS paga aos médicos 7 reais por uma cirurgia mais simples e menos de 20 reais por outras, complexas?
Como melhorar a saúde, se a grande maioria dos médicos não quer cumprir seu horário e têm ojeriza aos cartões ponto, por exemplo? Como fazer uma saúde de qualidade, com os salários que se paga a servidores de todas as categorias, alguns que se dedicam a vida toda aos outros, mas que, no final, ganham uma miséria? E isso sem falar em outras coisas, como boicotes, por exemplo, que não se tem como provar, mas tem como se comentar...
Todos os dias a saúde pública brasileira enfrenta uma nova crise, um novo desafio, novos riscos. Em Rondônia, ela melhorou sim, mas ainda depende de muitas coisas que estão acima do desejo, da competência ou da dedicação dos seus gestores. Enquanto todos os envolvidos no sistema - incluindo-se aí os órgãos de fiscalização - não tiverem o mesmo objetivo, ou seja, o paciente, antes de tudo e os interesses pessoais ou de grupos não ficarem acima disso, não haverá solução para o problema. Aqui, está se falando de forma genérica e sem dar nomes, mas todos os que vivem dentro do setor sabem muito bem qual a verdade e qual a realidade e que interesses estão envolvidos.
Do jeito que é hoje, enfim, a saúde pública no Brasil não tem cura. A fragilidade do sistema em nível municipal acaba desaguando a maioria dos problemas nas instituições estaduais. Os recursos chegam, mas parece que nunca beneficiam o final da fila. Do jeito que é hoje, enfim, a saúde pública no Brasil não tem cura. É metástase sem volta!
ALIANÇA FORA DE OUTUBRO
As chances de que o Aliança pelo Brasil consiga as mais de 490 mil adesões até 4 de abril, tornam-se cada vez menores. O novo partido, criado pelo presidente Bolsonaro, realmente tem tido um bom número de membros, mas ao menos até a semana passada, estava longe de atingir sua ousada meta. Duas consequências se concretizam, a partir disso. A primeira, é de que o partido não terá mesmo como disputar as Prefeituras e as Câmaras Municipais, no outubro próximo, deixando-o sem base eleitoral nas comunidades. O segundo é que, na janela aberta para troca de partidos, que também vai até 4 de abril, não haverá como os atuais detentores de cargos eletivos deixem seus atuais partidos para ingressarem no Aliança, simplesmente porque ele não existe, legalmente. Em Rondônia, a meta era atingir, em curto prazo, pelo menos cinco mil filiados. No país inteiro, a marca dos primeiros 100 mil inscritos no partido, já foi superada em dezembro. Mesmo assim, chegando-se ao fim do fevereiro, a pouco mais de um mês do Dia D, praticamente não há mais esperança de que o novo partido consiga registro. Vai ficar mesmo para a próxima eleição.
QUEM TEM CHANCES DE VOLTAR?
Dos 21 vereadores de Porto Velho, quantos têm, na realidade, condições de reeleição? Alguns nomes são muito fortes, como o do presidente Edwilson Negreiros, que formou uma forte base entre taxistas e lideranças de setores ligados aos transportes. Tem grana e eleitorado. Voltará, em 2021? O professor e historiador Aleks Palitot é pule de dez, quando se fala nas possibilidades de reeleição. O problema é que Palitot tem sido “convocado” por várias lideranças e pré candidatos à Prefeitura, para ser o vice em suas chapas. A princípio, vai mesmo à reeleição. Mas os planos podem mudar no meio do caminho. Outro nome forte, o da vereadora Cristiane Lopes, estará fora da relação dos que vão buscar um novo mandato. Ela será candidata do PP à sucessão de Hildon Chaves. Dos nomes de ponta, Maurício Carvalho também é nome quentíssimo para voltar à Câmara, no ano que vem. Mas pode ser até candidato à Prefeitura, dependendo dos desdobramentos políticos ou a vice, numa eventual chapa puro sangue do seu partido, o PSDB. Elis Regina, Pastor Edésio Fernandes (da poderosa Igreja Universal); o apresentador Marcelo Reis, o tucano Alan Queiroz e Joelna Holder são outros nomes com chances reais. Mas a tendência é que haja grande renovação (de novo!), na Câmara da Capital.
DINAMITANDO O GASTO DESNECESSÁRIO
Embora tenha usado, como quase sempre o faz, palavreado agressivo e exagerado, ao falar que “dinamitou” o Inmetro, não há dúvida que o Presidente Jair Bolsonaro deu mais uma dentro, ao mandar demitir toda a diretoria do órgão. Ora, como explicar a decisão de mandar trocar todos o tacógrafos por outros, de alta tecnologia, impondo um gasto absurdo aos caminhoneiros, que já vivem no desespero, pelo pouco que ganham? Como explicar a exigência de trocar todos os taxímetros, com alto custo para os profissionais do setor, que, em sua grande maioria já vivem à míngua? Bolsonaro está certíssimo. Pode não ter tido havido nada, mas que o cheiro é de podridão, é sim! Com que intenção a diretoria do órgão queria essa gastança toda? À mulher de César não basta ser honesta. Tem que parecer honesta!. Ao tomar a decisão, Bolsonaro, mais uma vez, fica ao lado dos brasileiros e contra a vergonhosa burocracia que, em muitos casos, cheira a corrupção, embora, é claro, não se possa dizer isso do caso específico. Falta agora o Presidente meter o dedo na vergonhosa placa do Mercosul, desnecessária e caríssima. Mas isso já é outra história...
JI-PARANÁ: MUITOS NOMES NA DISPUTA
O PSB de Ji-Paraná está mudando o nome para a disputa pela Prefeitura, em outubro. A ex primeira dama, Lilian Pires, esposa doe Jesualdo Pires, não poderá concorrer. Era, até agora, a principal via do partido, para tentar voltar ao comando de uma Prefeitura que Jesualdo geriu com sucesso, durante sete anos e meio, até renunciar para disputar uma cadeira ao Senado. Agora, todas as fichas do partido se voltam para Ari Saraiva, ex secretário de Jesualdo, que, na última eleição, quando disputou uma cadeira na Assembleia Legislativa, teve quase 8 mil votos. Caso se confirme o nome do pré candidato, ele terá pela frente concorrentes de peso, como o atual prefeito Marcito Pinto; o ex deputado estadual Airton Gurgacz, com o apoio do senador Acir e de todo o poderoso Grupo Eucatur; o médico João Durval e o médico Silmar Camarini, do PSL. O presidente da Assembleia, Laerte Gomes, tem evitado falar sobre o assunto, mas nunca pode ser excluído dos nomes com chances reais de comandar a segunda maior cidade do Estado. Agora, vamos esperar junho chegar, para saber quem estará mesmo na corrida em Ji-Paraná...
SÍMBOLO DO ABANDONO E DO DESRESPEITO
O que dizer de uma cidade onde há uma sucata de carro abandonada já mais de três anos, numa de suas principais avenidas, num ponto nobre, sem que ninguém faça nada? Próximo ao Banco do Brasil, na avenida Calama com Salgado Filho, praticamente a metade de um veículo acidentado está lá, jogado às traças, como um pequeno monumento ao desrespeito para com a cidade e seus cidadãos. Pode? Teoricamente, um veículo praticamente destruído, abandonado numa rua movimentada há tanto tempo, já deveria ter sido retirado dali há muito tempo. A Prefeitura deveria ter retirado e cobrado do proprietário os eventuais custos do trabalho. Quem sabe a Polícia Militar de Trânsito ou a Guarda Municipal de Trânsito também já deveriam, há muito, tomado alguma medida para levar o veículo até o pátio do Detran? Mas ninguém fez nada até agora. O problema é a simbologia do abandono. Fica-se com a impressão de que é uma cidade sem que seus cidadãos tenham que cumprir, ao menos o mínimo da convivência e do respeito para com os outros e para com todos. E pior: que aqui não há autoridade preocupada com uma excrecência dessas...
DE QUEM É A CULPA DAS 150 MORTES?
Cinco dias da polícia amotinada e 150 assassinatos, quando a média, nesse período, não passava de 30 mortes. Trinta mortes violentas diariamente, mais que quíntuplo da normalidade, se é que seis assassinatos por dia é normal em algum lugar do mundo onde não haja guerra. Os números são do Ceará, onde parte da PM mascarada e armada, enfrenta a Constituição e atemoriza o povo, com ações próximas ao terrorismo. Pelo menos 200 PMs já foram afastados, por envolvimento numa greve recheada de exageros e de desrespeito tanto as leis quanto aos cidadãos comuns. Lideranças policiais já apresentaram pelo menos três projetos de anistia aos criminosos, enquanto o movimento está cada vez mais violento e cada vez mais assustador. Será que dessa vez a anistia, que transformou em heróis vários envolvidos em greves anteriores (alguns inclusive acabaram sendo eleitos para os Parlamentos) vão ser salvos sem pagar por seus delitos, de novo?
PERGUNTINHA
Você já separou a grana para apostar no terceiro maior prêmio da Mega Sena de todos os tempos, com mais de 200 milhões de reais, cujo sorteio será nessa quinta, logo depois do carnaval?