Por LUSA
Publicada em 18/02/2020 às 15h07
Num sucinto comunicado, o Ministério da Justiça indicou que a acusação será lida pela juíza Rivka Friedman-Feldman do tribunal de Jerusalém na presença de Netanyahu na tarde de 17 de março.
O anúncio da data ocorre quando o primeiro-ministro israelita, 70 anos, conduz a sua campanha para as eleições legislativas de 2 de março, as terceiras em menos de um ano em Israel, após escrutínios em abril e setembro que deixaram o seu partido, o Likud, próximo da coligação Azul e Branco, do seu rival Benny Gantz.
Este último recusou em setembro participar num governo de união dirigido por Netanyahu, considerando que este deveria primeiro resolver as suas questões com a justiça.
O primeiro-ministro foi no outono acusado pelo procurador-geral Avichai Mandelblit de suborno, fraude e abuso de confiança em três casos diferentes de corrupção.
Netanyahu terá aceitado presentes generosos de amigos bilionários e trocado favores por uma cobertura mais positiva em meios de comunicação social.
A lei israelita prevê que qualquer ministro acusado se demita, mas abre uma exceção para o primeiro-ministro. Podendo manter-se em funções, Benjamin Netanyahu não goza, no entanto, de qualquer imunidade face à justiça.
A 28 de janeiro, Netanyahu retirou o seu pedido de imunidade ao parlamento perante a forte possibilidade de não ser aprovado.
O início do julgamento ocorrerá previsivelmente durante o processo de formação do novo executivo israelita e a procuradoria e o Supremo Tribunal terão de pronunciar-se sobre se, caso seja eleito, Netanyahu poderá liderar a criação de um novo governo.
Netanyahu é o primeiro-ministro há mais tempo em funções na história de Israel.