Por Notícia ao Minuto - Portugal
Publicada em 17/02/2020 às 14h47
Os talibãs dizem que este acordo inclui a possibilidade de negociações diretas entre os afegãos, que o movimento insurgente tinha até agora recusado, e conduzirá a um tratado permanente de paz, que termina uma guerra que remonta a 2001 e que se tornou o mais longo conflito militar em que os Estados Unidos estiveram envolvidos.
O acordo contempla ainda a retirada gradual das tropas norte-americanas e a libertação de cerca de metade dos talibãs que tinham sido feitos prisioneiros pelas forças fiéis ao regime afegão.
"As negociações com os americanos terminaram e o acordo entre as duas partes foi finalizado", disse hoje o porta-voz dos talibãs, Suhail Shaheen.
Na sexta-feira, o Governo afegão e os talibãs já tinham concordado em reunir em Oslo, no dia 10 de março na sequência de negociações com os Estados Unidos que permitiram o estabelecimento de uma trégua temporária em que as forças rebeldes se comprometiam a reduzir a violência por um período de sete dias.
Hoje, os talibãs confirmaram que as negociações com o Governo afegão terão início logo após a assinatura de um documento, em Doha, nos próximos dias, antes da reunião de Oslo.
Abudl Salaam Hanafi, membro do gabinete político dos talibãs no Qatar, disse que a assinatura do tratado deverá ocorrer ainda em fevereiro.
Os talibãs dizem que o primeiro passo desta nova fase passará pela libertação pelo Governo de Cabul de 5.000 dos cerca de 11.000 elementos do movimento que se encontram presos.
Em troca, os talibãs comprometem-se a libertar cerca de mil prisioneiros das forças afegãs.
Para a assinatura do acordo, em Doha, serão convidados representantes dos países vizinhos do Afeganistão, membros da União Europeia, do Conselho de Segurança da ONU e da Organização de Cooperação Islâmica.
Os pormenores do acordo ainda não foram divulgados, mas informações preliminares sobre o projeto preparado pelos negociadores, e divulgado em setembro passado, indicavam que esteja contemplada a retirada de cerca de 5.000 soldados norte-americanos, nos 135 dias seguintes à assinatura do documento.