Por Agência Brasil
Publicada em 26/03/2020 às 10h50
O governo do Japão fez sua avaliação mais sombria da economia em quase sete anos, dizendo que as condições em março foram "severas", com a pandemia de coronavírus fechando as fábricas e esfriando o consumo.
Em um relatório mensal divulgado nesta quinta-feira, o governo cortou sua avaliação econômica e abandonou a linguagem que descreve a economia como "em recuperação" pela primeira vez desde julho de 2013.
O rebaixamento estabelece as bases para o Japão compilar um pacote de estímulo no próximo mês, que, segundo fontes, envolverá gastos de pelo menos 137 bilhões de dólares para amortecer o golpe da pandemia.
"A economia do Japão está em uma situação grave, extremamente deprimida pelo coronavírus", afirmou o relatório. "As condições provavelmente permanecerão graves devido à influência da doença."
Em fevereiro, o governo disse que a economia estava se recuperando moderadamente, embora com alguma fraqueza entre as indústrias.
O governo também cortou sua avaliação sobre consumo, gastos de capital e sentimento empresarial, que foram afetados pelas proibições mundiais de viagens, cancelamentos de eventos e interrupções na cadeia de suprimentos causadas pela pandemia.
"A economia está piorando em um ritmo comparável ao do terremoto de março de 2011 e em direção aos níveis vistos pela última vez durante o colapso dos Lehman Brothers, em 2008", disse Masahiko Tsutsumi, diretor de análise macroeconômica do Escritório do Gabinete, a repórteres.
"O dano é tão ruim quanto esses dois eventos juntos."
O mercado de trabalho permanece apertado e os salários estão estáveis, embora haja uma chance crescente de empregos e renda familiar serem atingidos se o surto persistir, disse Tsutsumi.