Por Agência Brasil
Publicada em 17/03/2020 às 15h13
Todos os países da Europa devem tomar as ações "mais ousadas" possíveis para tentar interromper ou retardar a epidemia da doença Covid-19, causada pelo novo coronavírus, disse nesta terça-feira (17) o diretor europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em comentários depois de uma reunião online com representantes do Ministério da Saúde de toda a região, Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa, afirmou estar "muito satisfeito" ao ver o Reino Unido intensificando as recomendações para o distanciamento social e instou todos os países a trabalharem juntos e aprenderem um com o outro.
"A Europa é o epicentro da primeira pandemia de coronavírus e todos os países, sem exceções, precisam tomar as ações mais ousadas para impedir ou retardar a disseminação do vírus", disse Kluge durante briefing online.
O Reino Unido endureceu sua abordagem ao surto na segunda-feira (16) com medidas para restringir a vida social na quinta maior economia do mundo e conselhos de autoisolamento para aqueles com mais de 70 anos que apresentem problemas de saúde subjacentes.
Itália, Espanha, França, Alemanha e outros impuseram isolamentos severos.
"Estes são tempos sem precedentes", afirmou Kluge. "É importante que os países trabalhem juntos, aprendam uns com os outros e harmonizem os esforços."
Kluge, cujo escritório regional da OMS abrange 53 países, da Islândia ao Uzbequistão, observou que o surto de Covid-19 está progredindo em velocidades diferentes em diferentes países.
Ele disse que isso se deve a fatores demográficos e outros fatores, e significa que, em geral, os países podem ser classificados em um dos quatro cenários ou estados do surto: 1 - nenhum caso; 2 - primeiro caso; 3 - primeiro aglomerado; 4 - primeira evidência de transmissão comunitária.
"Alguns de nossos Estados membros estão nos cenários 2 e 3, muitos estão nos 3 e 4", afirmou Kluge. "As ações básicas em cada cenário são as mesmas, mas a ênfase muda dependendo do cenário de transmissão em que um país está."
Kluge acrescentou que a experiência da China e de outros países mostra que "quando implementados de maneira rápida e eficaz", testes e rastreamento de contatos combinados com medidas de distanciamento social e mobilização da comunidade "podem prevenir infecções e salvar vidas".