Durante dois dias, cerca de 40 técnicos em saúde, médicos e responsáveis orçamentários dos Serviços de Atenção Especializada (SAEs) na Capital e no Interior de Rondônia apontarão prioridades para o biênio 2020-2021.
Eles participam da reunião e oficina de planejamento de ações e metas da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa). O assessor técnico do Ministério da Saúde, Manoel Carlos Alves Braga, acompanha as apresentações, no Hotel Rondon Palace, em Porto Velho.
Logo na abertura da reunião, a Agevisa evidenciou a existência de monitoramento eficaz nas epidemias, com amplas oportunidades de retomada do planejamento quando alguma ação não apresentar resultado satisfatório.
“Temos um trabalho árduo desde 2016, nos moldes do ministério”, comentou a coordenadora estadual de Sífilis, Stella Marias Pessoa Garcia.
A reunião serviu para os participantes comemorarem redução dos índices de sífilis congênita em Rondônia. Essa doença é uma infecção de múltiplos sistemas, causada pelo Treponema pallidum* e transmitida ao feto pela placenta. A sífilis materna não tratada, seja ela primária ou secundária, é geralmente transmissível, porém, a forma terciária ou latente abrange cerca de 20% dos casos.
Quando a mulher adquire sífilis durante a gravidez, poderá haver infecção assintomática ou sintomática nos
recém-nascidos. Mais de 50% das crianças infectadas são assintomáticas ao nascimento, com surgimento dos primeiros
sintomas, geralmente, nos primeiros três meses de vida. Por isso, é importante a triagem sorológica da mãe na
maternidade.
Stella Maria defendeu a necessidade do fortalecimentos dos comitês municipais e lembrou o pacto firmado pela redução da doença até a sua eliminação.
“Não são fáceis essas tarefas, porque precisamos cobrir 52 municípios com os recursos humanos disponíveis, nossa equipe é reduzida, e temos que trabalhar assim: uns ajudando aos outros”, explicou Adalgisa Souza Botelho, que responde atualmente pela Coordenação do HIV/Aids.
Apesar da necessidade de pessoal, Rondônia foi o único estado que teve três municípios com diferentes níveis populacionais, vencedores do Prêmio Lupa Dourada, por alcançarem bons indicadores no Programa de Qualidade e Avaliação da Vigilância em Saúde (PQAVS). São eles: Ariquemes, Governador Jorge Teixeira e São Miguel do Guaporé.
“Com a dedicação e o esforço de cada um, temos redução nos casos de sífilis congênita e, ao mesmo tempo, a ampliação dos testes rápidos de HIV, hepatites virais e sífilis, o que resulta no tratamento e contenção dessas doenças infectocontagiosas”, enalteceu a psicóloga Maria Zilda Golim. Ela trabalha no SAE em Vilhena desde 1995.
Zilda enfatizou o apoio ministerial e do Estado à oficina que será concluída nesta quarta-feira, às 18h.
Segundo a psicóloga, a planificação de ações e metas do biênio facilitaram o direcionamento de recursos aos SAEs desde o ano passado. “O apoio técnico e financeiro à nossa rede objetiva o controle epidemiológico, e Rondônia se destaca no setor”, disse.
QUALIDADE DE VIDA
“Precisamos um dia homenageá-los, por proporcionarem qualidade de vida, melhor distribuição de vacinas e planejamento ideal para o êxito em suas ações”, propôs a gerente técnica de Vigilância Epidemiológica da Agevisa, médica Arlete Baldez.
No ano passado, Buritis (39,6 mil habitantes, no Vale do Jamari) ganhou em 1º lugar na Mostra Brasil, aqui tem SUS, do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), por apresentar ações bem sucedidas com o tema baixa aplicabilidade dos testes de sífilis (rápidos) e VDRL** por profissionais de saúde”, mencionou a coordenadora estadual de IST/Aids e Hepatites Virais, Gilmarina Araújo.
Na avaliação do Conasems detectou-se a superação de metas de trabalho de qualificação da integração da atenção básica e vigilância em saúde. O reconhecimento deu direito ao município de gravar um documentário web doc do Conasems, nos próximos dias 16 e 17.
“Importante é todos saberem da velocidade com que a Vigilância trabalha”, destacou Arlete Baldez.
Segundo a gerente, o Estado dispõe de recursos financeiros para investir no setor, por isso, sublinhou, “cada ação é fundamental para o envolvimento de cada um”. “Coloquem as prioridades no papel e se empenhem para fazer acontecer”, acrescentou.
* Espécie de bactéria com forma espiral do grupo das espiroquetas, que causam doenças como sífilis, bejel, pinta e bouba.
** VDRL significa Venereal Disease Research Laboratory, é um exame de sangue que serve para diagnosticar a sífilis, ou lues, que é uma doença sexualmente transmissível.
QUEM PARTICIPA
A reunião congrega responsáveis pela Câmara Técnica Assessora no Manejo de Antiretrovirais; Coordenadoria Estadual de Sífilis: Coordenadoria Estadual das Hepatites Virais; Coordenadoria Estadual da Aids; Logística de Testes Rápidos; Sistema de Controle Logístico de Medicamentos; SIS-Incentivo; Enfermagem; Gabinete Agevisa, Convênios, Financeiro, Jurídico e Planejamento.
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