Por Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 25/04/2020 às 10h33
A avidez pelo dinheiro e a volúpia de querer sempre mais e mais, mesmo com a crise mundial provocada pelo coronavírus, que continua matando e sem uma vacina para se evitar as mortes prevalecem. E no Brasil não é diferente. E Rondônia é Brasil.
O noticiário da maioria dos órgãos de comunicação, não importa se impresso, televisado radiofônico, sites ou as redes sociais é composto de 90% de informações sobre a pandemia. A grande imprensa, quase sempre defendendo ideologias, que levam a bandeira da democracia, mas que na verdade é uma ditadura “branca” no noticiário, inclusive na religião, onde a católica se destaca de forma visivelmente “vermelha”, apesar de pregar democracia (sic).
Mas vamos ao tema para formalizar a indignação de como está sendo conduzida a política de preços dos combustíveis no Brasil. A Petrobras anunciou esta semana a queda de 8% no preço da gasolina nas refinarias. Há pelo menos dois meses o preço do barril de petróleo vem caindo em nível mundial, mas no Brasil, mesmo com a Petrobras anunciando descontos às refinarias, que já chegaram a 52%, nas bombas não atingiram 16%.
Quando os combustíveis sobem nas refinarias e a Petrobras anuncia em finais de semanas, já na segunda-feira os preços estão alterados, a maior, mas quando ocorre o contrário à queda, geralmente com percentual bem abaixo dos praticados nas refinarias ela chega às bombas no mínimo uma semana depois. Por que?
Na capital da Bahia, Salvador do litro da gasolina já foi comercializado a R$ 4,63 no início deste ano. Hoje o preço praticado está entre R$ 3,96 a R$ 3,99. Em Rondônia, tendo como parâmetro Porto Velho o preço do litro de gasolina mais baixo é de R$ 4,09. É importante lembrar que a gasolina e o diesel comercializado em Rondônia são da refinaria de Manaus, ou seja, o transporte é feito via fluvial, pelo rio Madeira a custo bem inferior ao rodoviário utilizado para o transporte do etanol oriundo de outros estados.
Temos ciência que o Procon-RO, Ministério Público (MP) estadual e outros órgãos e entidades, que defendem o interesse do consumidor estão muito atarefados com a situação difícil do mundo em razão da pandemia. Porém é fundamental acompanhar a política de preços, também dos combustíveis, que fazem parte da economia regional e nacional.
Há tempo estamos denunciamos a cartelização do preço dos combustíveis em Rondônia. As evidências são incontestáveis da prática do crime. Das dezenas de postos existentes em Porto Velho, um ou outro, talvez até por estratégia para “maquiar” a cartelização tem o preço diferenciado, mesmo assim de centavos.
Outro problema sério que o governo federal precisa resolver são as distribuidoras de combustíveis. A gasolina tipo “A” (pura) é entregue às distribuidoras a um preço ínfimo. Após a composição com etanol ela é entregue nos postos a preço elevado. Isso tem que ser revisto, porque é evidente, que o intermediário (as distribuidoras) é quem realmente está lucrando às custas do público consumidor, que mantém a Petrobras para favorecer terceiros, no caso o sistema distribuidor. Essa política retrógrada tem que ser revista.
Passamos por momentos difíceis, ainda, sem um horizonte, pois não há perspectivas de vacina para a pandemia, a não ser previsões para sessenta, noventa dias, mas nada de concreto. Provavelmente teremos que conviver muito tempo com a morte sempre rondando ao lado, usando máscara no rosto, álcool em gel 70 graus, evitando aglomerações e se adequar as normas vigentes de segurança, para se evitar a velocidade da propagação do coronavírus. Já as pessoas idosas (acima de 60) e as portadoras de doenças crônicas, sejam respiratórias, cardíacas, diabetes, etc., também poderão trabalhar, mas em casa, até se encontrar uma vacina para conter o coronavírus.