Por Globoesporte.com
Publicada em 16/04/2020 às 09h42
Mesmo sem garantias sobre a retomada do calendário, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) se mexe para reunir condições para a volta das atividades no futebol carioca. Na última quarta-feira, a Comissão Médica Especial Temporária finalizou um documento, batizado de "Jogo Seguro", em que elencou condições básicas para o futuro reinício dos trabalhos.
Em 12 páginas, as quais o GloboEsporte.com teve acesso, a lista de recomendações servirá de base para os clubes que terminarão a disputa do Campeonato Carioca e traz exigências a serem cumpridas antes e durante os treinos.
A começar pela testagem de todos os envolvidos em intervalos de sete e três dias antes do retorno das atividades. O que precisa ser repetido antes do reinício da competição, quando o protocolo deve ser atualizado.
Quem for recém-contaminado deve ficar em quarentena, enquanto os atletas considerados imunizados precisam trabalhar de forma separada. Profissionais do grupo de risco serão poupados.
A Fferj garante que, para a volta ao trabalho, cada clube terá quantidade suficiente de "álcool líquido a 70%, álcool em gel em dispenser, desinfetantes, máscaras cirúrgicas, luvas de procedimento, entre outros que sejam necessários". Além da aquisição de testes rápidos, que serão feitos em jogadores e "contactantes familiares" (ou seja, quem mora com o atleta), as comissões técnicas e restante do estafe envolvido no dia a dia.
Apesar de detalhado, o protocolo não estipula prazo de volta das atividades. A comissão médica, liderada por Botafogo, Flamengo, Vasco e Boavista, é repetitiva em afirmar que o retorno só acontecerá após aprovação das autoridades de saúde.
- O retorno às atividades acontecerá após expressa autorização das entidades competentes. Este documento não propõe prazos para que isso aconteça. Cabe ressaltar que alterações, ajustes, aperfeiçoamentos e adequações poderão ser feitos à qualquer tempo - publicou em parte do documento.
Protocolo interfere nos treinos
As regras também se aplicam dentro das quatro linhas. Com as novas orientações, os treinos seriam mais limitados para diminuir o risco de contágio. A exigência é de atividades adaptadas para pequenos grupos, em distância segura e com orientadores exclusivos. Todos os membros da comissão técnica usarão máscaras durante os trabalhos.
- Vale a pena ressaltar que cada grupo terá seu próprio staff, diminuindo assim o risco de transmissão. Esse grupo deve se repetir diariamente no intuito de minimizar a disseminação de uma possível contaminação dentro do grupo - continuam os médicos
Academias e vestiários devem ser evitados. Espaços como a fisioterapia e o departamento médico ficarão mais restritos. A proposta é que os profissionais passem o menor tempo possível e tenham pouco contato. Por isso, os atletas levariam as próprias roupas e materiais para lavar, além de fazerem todas as refeições nas próprias casas.
Mesmo com a cautela, o documento trata do possível retorno dos jogos pela preocupação com o transporte. Diz que, "mantido o cenário atual, deve-se abrir o precedente do jogador se dirigir ao estádio em seu carro particular". Se o ônibus do clube for a única alternativa, deve-se ter espaçamento mínimo e uso de álcool em gel na entrada e na saída.
Leia a conclusão do protocolo
"As orientações descritas visam minimizar o risco dos atletas, comissão técnica, staff e contactantes familiares. Devemos considerar que a faixa etária predominante nas referidas atividades têm baixo risco de desenvolvimento de formas graves da COVID-19.
Tais orientações visam sugerir aos Clubes de Futebol do Rio de Janeiro a implementação e adequação das medidas necessárias para dificultar a disseminação da doença e permitir a retomada das atividades até então paralisadas.
O retorno às atividades acontecerá após expressa autorização das entidades competentes. Este documento não propõe prazos para que isso aconteça. Cabe ressaltar que alterações, ajustes, aperfeiçoamentos e adequações poderão ser feitos à qualquer tempo."