Por G1
Publicada em 28/04/2020 às 15h15
O medo de contrair o coronavírus pode ter afastado o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, das cerimônias de Estado de um feriado importante em meados deste mês, disse um ministro sul-coreano nesta terça-feira (28), em meio à especulação sobre o paradeiro e a saúde de Kim.
Sob Kim Jong-un, a Coreia do Norte expandiu seu arsenal de armas nucleares e seus mísseis balísticos de longo alcance. Como ele não tem um sucessor óbvio, qualquer mudança na liderança do país autoritário provocaria temores de uma instabilidade que poderia impactar outras nações asiáticas e os Estados Unidos.
A especulação a respeito da saúde de Kim surgiu depois de sua ausência inédita das comemorações de 15 de abril, aniversário de seu avô e fundador do país, Kim Il-sung.
Medidas rigorosas
O ministro da Unificação da Coreia do Sul, Kim Yeon-chul, que supervisiona o relacionamento com o vizinho do norte, disse ser plausível que Kim tenha decidido não comparecer por causa do coronavírus, dadas as medidas rigorosas que seu governo adotou para evitar um surto.
"É verdade que ele nunca havia perdido a comemoração do aniversário de Kim Il-sung desde que chegou ao poder, mas muitos eventos de aniversário, incluindo celebrações e um banquete, foram cancelados por temor do coronavírus" – Kim Yeon-chul, ministro da Unificação da Coreia do Sul.
"Não acho que isso seja particularmente incomum, dada a situação atual (do coronavírus)", afirmou o ministro, embora a Coreia do Norte tenha dito que não tem nenhum caso confirmado de coronavírus.
Ausência recorrente
O ministro sul-coreano observou que, desde meados de janeiro, também houve ao menos duas instâncias em que Kim Jong Un ficou fora de circulação durante quase 20 dias.
A última vez em que a mídia oficial da nação sigilosa noticiou o paradeiro de seu líder foi quando ele presidiu uma reunião em 11 de abril, mas tem havido reportagens quase diárias noticiando suas cartas e mensagens diplomáticas.
Autoridades sul-coreanas enfatizam que não detectaram nenhuma movimentação incomum na Coreia do Norte e alertaram para as reportagens segundo as quais Kim pode estar doente.
O ministro da Unificação descreveu reportagens de que Kim passou por uma cirurgia cardíaca e que uma equipe médica chinesa viajou à Coreia do Norte como "fake news".