Por José Gadelha/Secom
Publicada em 30/04/2020 às 10h53
Com o objetivo de auxiliar profissionais da saúde que atuam diretamente no atendimento de pacientes com sintomas do novo coronavírus, a Fiocruz Rondônia realizou nos dias 17, 20, 22 e 28 de abril um treinamento sobre coleta e acondicionamento de amostras em casos suspeitos ou confirmados da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars-Cov-2). A iniciativa teve a parceria da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa).
Najla Benevides Matos, pesquisadora em Saúde Pública e Microbiologista da Fiocruz RO, esclarece que a conduta do profissional, no momento da coleta, é um dos fatores determinantes para a eficácia do procedimento e para a saúde do paciente. Segundo ela, em casos de coleta mal realizada e acondicionamento inadequado de amostras, o índice de “falsos negativos” é elevado, comprometendo o acompanhamento dos casos reais e dificultando ainda mais as ações de controle e prevenção da doença.
Nesse sentido, o treinamento buscou capacitar técnicos, enfermeiros, médicos, dentre outros profissionais, acerca dos procedimentos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e preconizados pelo Ministério da Saúde quanto a coleta de amostras por meio do Swab (uma espécie de cotonete de base flexível). O exame consiste na retirada de células das mucosas nasal e oral, sendo indicado, preferencialmente, do terceiro até o quinto dia do surgimento dos sintomas (febre, tosse e dificuldade para respirar). O cadastro do paciente, atendido inicialmente na unidade de saúde, passa a compor um banco de dados do Ministério da Saúde, independente do resultado.
As amostras coletadas são rigorosamente armazenadas e encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia (Lacen) para a realização do exame e diagnóstico, por meio da técnica de Biologia Molecular. “E para que este percurso seja seguro, tanto para o profissional que faz a coleta quanto para o paciente, é necessário que as amostras sejam encaminhadas dentro dos critérios recomendados pelos órgãos oficiais”, destacou Najla Matos.
A Biomédica Flávia Serrano Batista, da Gerência Técnica de Vigilância Epidemiológica da Agevisa (GTVEP), que também participou do treinamento, fez um alerta sobre a importância da utilização dos equipamentos de segurança e proteção individual por parte dos profissionais que realizam a coleta, outro ponto abordado durante a capacitação.
Flávia Cristina Cantidio de Carvalho, responsável pelo laboratório do Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron), afirmou que o “curso foi rico em conhecimentos, trazendo informações claras e atualizadas, além de considerar a realidade dos profissionais de saúde da região”.
ATENDIMENTO NAS UNIDADES DE SAÚDE
Postos de saúde, em regiões que já identificaram transmissão comunitária de coronavírus, passaram a adotar nova metodologia de atendimento para pacientes que buscam as unidades com sintomas característicos da Covid-19. O Ministério da Saúde, em parceria com as entidades integrantes do Centro de Operações de Emergência (COE) do coronavírus, criou a ferramenta de triagem rápida (Fast Track), um protocolo de fluxo de atendimento para ser utilizado durante a pandemia. O novo método acelera o atendimento de casos suspeitos pelas equipes da Atenção Primária nos postos de saúde, impedindo a circulação e o contágio do vírus nesses ambientes.
A medida é voltada para pacientes com risco de infecção pelo novo coronavírus, priorizando pacientes do grupo de risco, como idosos e pessoas com doenças crônicas e autoimunes, gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto). Assim que chegarem ao posto de saúde com os sintomas de gripe, os pacientes serão encaminhados para um ambiente de isolamento respiratório, evitando a circulação e contágio local de outros pacientes.