Por Assessoria/SEEB-RO
Publicada em 01/04/2020 às 09h22
O Santander em Rondônia voltou a confirmar que está mais preocupado com lucros do que com a vida humana, como já havia feito há exatamente uma semana. É o que ficou constatado na manhã desta terça-feira, quando o Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) esteve nas agências de Porto Velho e percebeu que os trabalhadores do chamado ‘grupo de risco’ continuam trabalhando e sendo expostos ao risco de contaminação do novo coronavírus.
“Apesar da conversa que tivemos na semana passada com a superintendente do banco no Estado, Diana Bispo, que prometeu que cumpriria a liminar concedida ao Sindicato, pais e mães que possuem filhos em idade de até doze anos – que não podem ir às escolas – e portadores de doenças crônicas, o banco não liberou esses funcionários para trabalharem em casa. Preferiu colocar a vida deles em risco, assim como a saúde dos demais funcionários e das pessoas que diariamente vão a essas agências. A alegação da superintendente é que se liberar esses trabalhadores as agências ficarão com pouquíssimos funcionários para o atendimento ao público”, detalhou José Pinheiro, presidente do Sindicato, que confirmou que, pelo menos, o contingenciamento na entrada das agências está sendo cumprido.
Pinheiro, no entanto, destacou que os chamados EPI’s (equipamento de proteção individual), obrigatórios para essa crise de covid-19, estão escassos e podem faltar a qualquer momento, ampliando ainda mais o clima de insegurança entre os trabalhadores e clientes.
“Vimos que esses equipamentos, como máscaras, luvas e álcool em gel, estão faltando em algumas agências, e nas que ainda tem, vão faltar. Os funcionários estão trabalhando sem máscara, que não foi fornecida pelo banco, e o álcool em gel não tem em todas as mesas. Isso é mais uma afronta às determinações dos decretos governamentais de calamidade pública e da decisão judicial, e o Sindicato vai acionar a Justiça para que o Santander cumpra com sua obrigação de preservar a saúde e a vida humana, custe o que custar”, acrescentou Pinheiro.
METAS
E se não bastasse colocar em risco a saúde de funcionários, clientes e de toda a população, o Santander vai na contramão do que vem sendo adotado até mesmo por outros bancos, que é a de, nesse momento de crise mundial de saúde pública, não praticar a pressão sobre os trabalhadores a fim de cumprir metas, muitas dessas quase impossíveis de serem atingidas.
GRUPOS DE RISCO
Veja abaixo as determinações da liminar – com força de mandado – expedida na segunda-feira, 23, pela Juíza do Trabalho Substituta Cândida Maria Ferreira Xavier, da 6ª Vara do Trabalho de Porto Velho (TRT 14), sobre o atendimento no Santander em Rondônia:
Restringir o atendimento ao público (físico) para atividades classificadas como “urgência”, mantendo o distanciamento de 2 metros entre cada trabalhador;
Fornecer equipamentos de proteção individual aos empregados, como máscaras, álcool em gel, luvas, dentre outros determinados pelas autoridades públicas, para manutenção da assepsia no local de trabalho;
Afastar imediatamente todos os trabalhadores classificados no “grupo de risco”: gestantes ou lactantes; maiores de 60 anos; portadores de doenças crônicas e/ou imunodeprimidos; que tiverem filhos menores de 1 (um) ano; que possuem filhos em idade até doze anos, devida à interrupção das atividades escolares; que coabitar com pessoas idosas ou portadores de doenças crônicas ou imunodeprimidas, sem prejuízo de que esses trabalhadores sejam incluídos em programas de teletrabalho ou, na impossibilidade deste, sejam dispensados do comparecimento no ambiente de trabalho, na forma autorizada pela Medida Provisória nº 927/2020;
Adotar medidas a fim de reduzir a aglomeração de pessoas nas áreas de caixa eletrônico, inclusive com a utilização de reforço policial, caso necessário.