Por Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 07/04/2020 às 15h30
Imprensa – Hoje (7) comemora-se o Dia do Jornalista, ou o Dia do Jornalismo. Por ser um dia especial, mesmo com a pandemia do coronavírus colocando o mundo em alerta e a desinformação predominando na nossa “Grande Imprensa”, vamos dar uma de saudosista e falar um pouco da comunicação desde a década de 70.
Nos quase 40 anos de jornalismo, desde a época da composição dos textos na mão, no sistema tipográfico à sensacional linotype (linotipo), uma máquina mágica onde era possível compor, fundir cada linha em chumbo quente e distribuir o material nas suas devidas caixas, inclusive os espaços, que eram colocados à mão no texto pelo linotipista era um diferencial no jornalismo. E o mais importante: toda a operação tendo como base um único eixo.
Não se pode esquecer da máquina impressora plana, que imprimia de duas em duas páginas, depois o retorno para imprimir o verso, a dobra e o encarte. Era realmente uma arte, que exigia entrar pela madrugada para concluir o serviço. Bons tempos.
Apesar dos avanços de hoje (internet, computador, celular, etc.) responsáveis pela celeridade da notícia, temos que lamentar a banalização da informação. O onde? quando? por que? como ?, fundamentais em qualquer texto estão sendo ignorados, pois o que interessa é chegar à frente, como se a velocidade fosse a essência da informação. Isso ocorre na política, no esporte, na polícia, na economia, no social.
O que mais entristece é a falta de compromisso, da responsabilidade com a notícia correta. Hoje predominam, com raríssimas exceções, as correntes direcionadas político-partidária, interesse pessoal, de grupos, ideologia. Admitam, ou não, hoje as pessoas podem saber de tudo um pouco, mas raramente se tem a informação correta. A desinformação ultrapassou a verdade devido a interesses de grupos, segmentos e não da maioria da população.
Durante a longa vivência no jornalismo, onde iniciamos como motorista-entregador da FOLHA DE LONDRINA, no Paraná na década de 70, não há como esquecer pessoas que foram fundamentais para uma imprensa forte, coerente, responsável e realmente formadoras de opinião. Jornalistas como os saudosos Emir Sfair (Cascavel/Porto Velho), Paulo Roberto Pegoraro (Cascavel) e Waldomiro Badinni Neto (Maringá) marcaram época na nossa vida. Além de Antônio Sbardelotto (Cascavel), Jota Oliveira, Joel Santos e Walmor Macarini (Londrina), que estão na ativa ou aposentados, mas vivos. Só tenho a agradecer pelo muito que me ensinaram e pelo pouco que aprendi.
Nos 27 anos de Rondônia com o DIÁRIO DA AMAZÔNIA (1993), FOLHA DE RONDÔNIA (1999) e DIÁRIO DO POVO (2007) também fizemos um esforço danado para aprender um pouco mais numa região nova e promissora, inclusive em estações climáticas, além de modos e costumes diferenciados. Uma frase de Emir Sfair na solenidade de inauguração do DIÁRIO jamais esqueci e tenho ela como lição de vida: “estamos aqui não para ensinar ninguém, mas para aprender com vocês”. Quem não conheceu o Emir, meu segundo Pai, pela frase deve deduzir quem ele era e o que foi.
No jornalismo moderno agradecer o jovem empresário do ramo de comunicação, Rostand Agra, que do RD e seu editor, o jovem Vinícius Canova e sua equipe, que fazem do site que merece o slogan, “A Informação é a Suprema Lei”.
Vou citar também o jornalista e amigo Carlos Sperança Neto, em nome de todos os colegas do Estado, porque foi ele quem me trouxe, com anuência do Emir, para Rondônia e agradeço a essa terra abençoada. Não vou citar mais ninguém de Rondônia, para não cometer injustiças, mas todos, desde as copeiras do DIÁRIO aos impressores e os responsáveis pelo encarte na oficina climatizada, novidade na época, do DIÁRIO DO POVO, o muito obrigado. Peço sim, somente saúde.
Como jornalismo é missão, não função, vamos em frente até o fim dos dias...
+ Pela passagem do Dia do Jornalismo e Dia do Jornalista optamos pela Opinião. A coluna volta na quarta-feira (8)