Por Professor Nazareno
Publicada em 20/04/2020 às 12h03
A pandemia do Coronavírus avança quase sem controle em vários países do mundo causando sérios estragos por onde passa. Nos Estados Unidos, neste dia 20 de abril de 2020, o número de mortos já ultrapassa as 40 mil pessoas com quase 800 mil infectados. Na Europa, onde a praga já dá tênues sinais de diminuir, os números também impressionam. São mais de cem mil mortos no velho continente com um número absurdo de mais de um milhão de infectados. Com exceção da Alemanha e de um ou outro país, a Covid-19 colocou em xeque o “excelente” sistema de Saúde de várias nações. Espanha, França, Reino Unido e Itália, desolados, contam os seus mortos e veem seus hospitais entrarem em colapso total. Nos Estados Unidos o caos é ainda maior. Já no Brasil, a pandemia começa a crescer e também de maneira descontrolada.
O detalhe é que nesses países ricos, desenvolvidos e civilizados existe uma visível liderança política no meio deste pandemônio. Os líderes assumiram seu lugar e são, em alguns casos, a esperança de suas sofridas populações. As brigas políticas arrefeceram e todos parecem lutar, unidos, para defender suas nações de um inimigo comum: o Coronavírus. No Brasil, infelizmente as brigas políticas aumentaram e no meio de uma guerra feroz quase ninguém se entende. O presidente do país, de forma infantil e contra o que recomendam as autoridades sanitárias e a OMS, “rebosteia” todo dia nas redes sociais e incita seus seguidores a romper o isolamento social e a quarentena. O desinformado mandatário do Brasil compra briga com o Congresso Nacional, com os governadores e com o STF. Afirma que todos “conspiram” contra ele.
A doença já matou quase três mil pessoas entre nós e o número de infectados não para de crescer. Hoje já são quarenta mil portadores do terrível vírus. O nosso precário sistema de Saúde já deu sinais de esgotamento total. Manaus, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo não têm mais vagas em suas escassas e precárias UTI’s. Nestas cidades os hospitais já estão lotados. E a pandemia ainda está bem longe do seu pico, que será daqui a um ou dois meses. Por ciúmes da popularidade de seu subordinado e por total falta de conhecimento da realidade, o presidente demitiu o seu ministro da Saúde, que estava com quase 80% de aceitação popular. Bolsonaro não lidera nada e toda vez que fala alguma coisa contribui para dividir ainda mais os brasileiros. O problema daqui não é só o vírus, mas também a estupidez do presidente despreparado.
Decididamente isto não é hora para essas quimeras, essas tolices atemporais. Nossos políticos e autoridades de um modo geral demonstram não ter a menor qualificação para comandar o país. Principalmente numa hora de crise como esta que se vive agora. Bolsonaro é inapto para o cargo que ocupa. Mas a maioria dos políticos do país também o é. O Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, claro, têm suas falhas. E são muitas. Mas não é hora para se discutir estas coisas. A “desgraça” do nosso presidente poderia ter tomado as rédeas da situação desde o começo da pandemia. Unido aos governadores, às autoridades sanitárias e a outros poderes, o “Mito” poderia buscar as melhores soluções para enfrentar o caos. E só depois de passada a tempestade é que se procurava superar as divergências. Fato: o povo brasileiro não merece o presidente, o STF e o Congresso Nacional que tem. O Brasil e a Covid-19 sem governo.
*Foi Professor em Porto Velho.