Por Professor Nazareno
Publicada em 29/04/2020 às 11h34
A pandemia do Coronavírus avança de forma muito agressiva sobre o atrasado curral. Estamos no dia 29 de abril de 2020 e o número de mortos pela doença já bateu a triste marca de 5.104 óbitos com mais de 71 mil infectados. E a agonia do gado nacional não está nem perto de terminar, pois ainda não atingimos o pico da tragédia. Fala-se que seremos em breve o novo epicentro da pandemia mundial com os mortos contados aos milhares. Superamos a China, estamos quase empatados com a Europa e em breve bateremos os Estados Unidos se nada for feito de concreto. Pior: as autoridades estão sem saber o que fazer diante do caos. E o jumento-mor que comanda o gado não tem dado boas notícias ao seu fiel rebanho. E como se não bastasse a boiada estar dividida entre o marreco e o jumento, o que se nota todo dia é um festival de desgraças sem fim.
Porém, para a alegria de muitos dos seus fiéis seguidores, o jumento-mor não para de dar coices. E cada um pior do que o outro. Informado recentemente sobre o número de mortos pela Covid-19 no curral, ele respondeu secamente. “E daí? Lamento. Você quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagres”, afirmou às gargalhadas. Foi aplaudido na hora por alguns. E o gado que lhe segue cria desculpas pontuais para cada disparate dito pelo chefe. Parece que estas respostas absurdas lhe alimentam o ódio que tem por muitos de seus comandados. Talvez isso faça com que não perca o apoio que tem de seus fãs incondicionais. E como não é punido, continua com sua metralhadora giratória sem demonstrar nenhuma solidariedade pelo próximo. Hoje, a irracionalidade comanda a política neste curral de alienados. O fundo do poço.
No Congresso Nacional estão os veterinários iletrados que passam vermífugos e também o remédio ideal para se fazer a assepsia nos direitos adquiridos pelo ignorante gado. E todos inevitavelmente serão conduzidos para o mesmo abate. Independente de esse gado seguir o jumento, o marreco ou nenhum dos dois. Todos estão perdidos diante da catástrofe. Ninguém se entende. Nem governantes nem governados. O comércio abre num dia, mas fecha no outro. O distanciamento social é incentivado num dia e logo a seguir é desestimulado. A quarentena e o contato social entre a mansa boiada diminuem assustadoramente a cada dia. Todo o curral está nitidamente sem comando. O deboche, o escárnio, o pouco caso e a falta de respeito com os familiares dos cidadãos mortos pela letal doença mostram a que nível de caos já chegou a política neste sinistro curral.
Eis o resumo da ópera: um líder que não sabe o que fazer diante da pandemia e por isso insulta e desrespeita publicamente os seus cidadãos. Pior: a esmola de apenas 600 reais (uns 100 dólares no câmbio atual) dada pelo Estado serve como isca para atrair e infectar ainda mais depressa as multidões desesperadas. “No curral está tudo sob controle, só não se sabe de quem”. E o mundo civilizado já percebeu o caos. Os Estados Unidos advertiram que diante da terrível situação daqui, pode suspender a qualquer momento os voos entre os dois países. A União Europeia pede a volta imediata de seus cidadãos que estão no Brasil. Já vi muita gente dizendo que foi iludida pelo jumento-mor. Não se sabe se foi pelas “inúmeras” obras e projetos que ele indicou nos 27 anos como deputado federal ou se foi pelos discursos que fez nos debates de que participou durante a sua campanha. E a Covid-19 nos fará viver o inferno. Mas, e daí?
*Foi Professor em Porto Velho.