Por TJ-RO
Publicada em 22/04/2020 às 10h35
A Juíza da Vara de Proteção à Infância e Juventude de Porto Velho, Euma Tourinho, realizará, às 16 horas do dia 22 de abril, uma live para alertar a população sobre a violência contra crianças e adolescentes durante o período de isolamento social decorrente da pandemia de coronavírus. A live faz parte da campanha “Quarentena sem violência”, lançada para conscientizar as famílias na busca de solução de conflitos no ambiente doméstico e contribuir para que elas possam disciplinar e estabelecer limites às crianças sem o uso da violência. Também participará da conversa a assistente social da vara, Emeriana Silva.
A pandemia de coronavírus obrigou a todos a mudanças repentinas nas suas rotinas diárias. A permanência em casa como a única maneira de evitar a contaminação em massa vem sendo recomendada, e mexeu significativamente com o ritmo, a frequência e a convivência social e familiar das pessoas, especialmente das crianças e dos adolescentes.
O dia a dia escolar ou a vigilância cuidadosa dos avós enquanto os pais ou responsáveis trabalham, que de certa forma evitam violências sexuais ou psicológicas, também sofreram alterações. As escolas, onde além do aprendizado, crianças e adolescentes, praticam atividades físicas e interagem com os colegas da mesma faixa etária, estão fechadas. E os avós passaram a integrar o grupo de risco, que requer distância rigorosa do contato com outras pessoas, especialmente com os assintomáticos da Covid-19, onde se incluem os mais jovens.
Essas e outras mudanças causaram preocupações para a Vara de Proteção à Infância e Juventude, pois a segurança das crianças e dos adolescentes nem sempre está sob o teto das suas casas ou na companhia dos familiares. “Temos um prognóstico ruim para esse período de crise”, alertou a juíza Euma Tourinho.
De acordo com a magistrada, “Nesse período, crianças e adolescentes, que geralmente tem muita energia, estão confinados em casa, onde o nível de stress sobe muito, acabando por desencadear atitudes agressivas e gerando, infelizmente, violências físicas e outras.”
Por isso, prosseguiu a juíza, “é imprescindível o autocontrole dos pais e responsáveis, para evitar violências e prisões, que agravaríam a vida de todos, além da sobrecarga do sistema de saúde.”