Por Folha do Sul/Rildo Costa
Publicada em 28/05/2020 às 09h31
Começa, nesta semana, a colheita de milho na região de Cerejeiras. Serão colhidas uma média de 140 mil hectares do cereal, com uma produtividade média de 90 sacas por hectare.
Antes considerado uma cultura sem valor, o milho passou a ser uma das principais estrelas do agronegócio no interior do Cone Sul de Rondônia.
“O milho só passou a ser viável de uns quatro anos para cá. Antes, nós o plantávamos apenas como cobertura de solo e para gerar matéria orgânica para a próxima safra de soja. Agora, o milho é uma das principais atividades do produtor”, disse o presidente do Sindicato Rural de Cerejeiras, Jair Roberto Gollo.
Plantado entre as safras de soja, o milho chegou bem depois da safra principal, que continua sendo a oleaginosa. A soja mantém seu posto de estrela principal do agro no interior do Cone Sul. O milho, chegando por volta do ano de 2010, primeiro era semeado apenas como cobertura, depois passou a ser chamado de “safrinha” e hoje já é considerado uma safra – como a da soja.
Segundo o analista de mercado e engenheiro agrônomo Lucas Garcia, AgroFarm, uma empresa de consultoria e pesquisa agronômica em Cerejeiras, o cereal produzido na região é, hoje, um importante iten na pauta de exportações. “O milho é a base para a produção de uma infinidade de alimentos, desde a ração animal, que se transforma em alimento humano, até a alguns tipos de alimento propriamente humano”, disse o analista. “Por isso o milho é um produto rentável para o produtor e demandado pelo mercado interno e externo”.
O engenheiro agrônomo Hugo Dan, também da AgroFarm, é um dos primeiros profissionais da agronomia a levar os produtores rurais da região a apostar no milho. “No início, o cultivo do cereal enfrentava problemas, porque o produtor colhia a soja muito tarde, empurrando o cultivo do milho para muito perto da estiagem. O cereal tem altas exigências nutricionais, bastante exigência térmica e demanda tecnologia. Por isso, havia uma resistência em trazer o milho para a região. Além disso, a liquidez do milho era ruim, pois havia poucos compradores. Mas essas variáveis foram vencidas e hoje o milho é uma alternativa altamente viável para o produtor”, disse o agrônomo.
Um dos produtores que recorreram ao cultivo do milho é o agricultor Luiz Carlos Cavassani, que, junto com o irmão, Paulo Sérgio Cavassani, e o pai, Jacy Cavassani, planta 40 hectares do na Linha 5, em Cerejeiras. “Eu gosto muito do milho. É a cultura que mais de traz alegria, pois é alimento para os animais e para o ser humano. Quase todos nós comemos alguma coisa vinda do cereal. Se comemos um frango, por exemplo, também estamos comendo algo que veio do milho”, disse o agricultor, segurando uma espiga em sua roça do grão, conforme aparece na foto que ilustra esta reportagem.