Por Agência Brasil
Publicada em 11/05/2020 às 10h22
Garçons de máscara serviam café e sanduíches “bocadillo” nos terraços de cafeterias de Sevilha na manhã desta segunda-feira (11), já que partes da Espanha estão suavizando as restrições em meio a uma desaceleração da epidemia de coronavírus. O total de novas mortes atingiu o menor índice em quase dois meses.
"Estou muito feliz, queria muito trabalhar. Há dois meses que estamos fechados", disse Marta Contreras, garçonete do centro de Sevilha, sorrindo por trás da máscara.
A metade dos 47 milhões de habitantes do país avançou para a chamada fase um de um plano de quatro etapas para relaxar um dos isolamentos mais rígidos da Europa nesta segunda-feira, depois que o governo decidiu que as regiões em que a população vive cumprem os critérios necessários.
Ainda assim, cidades como Madri e Barcelona, particularmente atingidas pela epidemia, não foram incluídas por ora, e os cafés continuaram fechados na praça da Porta do Sol da capital, normalmente repleta.
Dados do Ministério da Saúde espanhol mostraram que o número diário de mortes recuou dos 143 de domingo para 123 nesta segunda-feira, o que eleva o total de óbitos da pandemia a 26.744 em um dos países mais afetados do mundo. O número diário também caiu em relação ao recorde de 950 do início de abril e é o menor em sete semanas.
Igrejas têm público limitado
Os serviços religiosos foram retomados com público limitado. Cadeiras, ao invés de bancos, foram instaladas de maneira a manter uma distância de dois metros entre os fiéis.
Conforme a amenização do isolamento, até 10 pessoas podem se reunir, além de poderem circular livremente pela cidade.
Os pontos comerciais comemoraram a volta ao trabalho depois da longa paralisia, mas muitos disseram que ainda estão acumulando perdas.
"Só podemos abrir graças ao dono do imóvel, que reduziu nosso aluguel significativamente, e ao apoio de nossa equipe, que renunciou a parte dos salários para começar a trabalhar", disse José Manuel, dono de um café de Sevilha.
Em regiões que se qualificam para a reabertura, como a maior parte da Andaluzia – a mais populosa da Espanha –, as Ilhas Canárias e Baleares, bares, restaurantes, lojas, museus, academias e hotéis tiveram permissão para voltar a funcionar, a maioria com capacidade reduzida.
Mas Madri, Barcelona e outras cidades, como Valência, Málaga e Granada, continuarão na fase 0, o que decepcionou os governos regionais que enfrentam as implicações econômicas de um isolamento prolongado.