Por Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 02/05/2020 às 10h50
A chegada e a permanência, pelo menos por enquanto, do coronavírus em todo o planeta, de forma avassaladora junto ao ser humano seria o começo do fim? Desde o final de 2019 que o vírus vem infestando o mundo sem que se consiga uma vacina, para conter a ação da pandemia, na maioria das vezes, letal. Há que se reconhecer que a resposta é difícil e hoje, ainda, com poucas possibilidades de ser positiva, a favor do humano.
Hoje já é possível a cura, pois a cada dia vem aumentando o índice de pessoas portadoras do coronavírus, que conseguiram escapar da morte. Mas não se consegue o antídoto, a vacina, para se evitar o contágio. Quarentena, isolamento, distanciamento, máscara, álcool em gel, comércio e indústria parados, não garantem a imunidade, apenas protela, pois, a tendência é que a população de todo o planeta seja contaminada. Infelizmente é esse o quadro.
Se não se consegue uma vacina para o coronavírus, a pandemia está deixando, por um outro lado, saldo de atos positivos, que estavam esquecidos, ou ignorados pela população, que há muito deixou de lado o sentimento, o carinho, o respeito, a religiosidade, o espírito de Família. A modernidade de hoje, que não consegue vacina para um vírus, cedeu lugar ao tempo, pois ninguém, antes da pandemia tinha espaço para nada, a não ser os marginais, bandidos, traficantes, corruptos, que predominavam no noticiário nacional e internacional.
Sempre preocupado com a possibilidade de uma vacina no menor tempo possível, temos que admitir que muita coisa mudou nos últimos seis meses. E demonstrou que é possível viver com pouco, mesmo tendo muito e que, mesmo tendo muito o pouco é mais do que suficiente. Seja econômica, financeira, política, moral e socialmente.
A dignidade que estava marginalizada pela juventude rebelde, do celular, do computador, da internet retornou. Com raras exceções, já é possível notar uma mudança sentimental no humano, que passou a valorizar a Família, na convivência compulsória com a pandemia.
Economicamente também é possível notar mudanças. O Brasil é um país totalmente dependente do transporte rodoviário. Cerca de 70% do transporte comercial ou pessoal é feito via malha rodoviária. Por isso o preço do combustível serve de termômetro para a economia nacional.
Quem poderia imaginar que em Rondônia, onde a cartelização do combustível é real, um crime contra a economia popular, que é praticado explicitamente sem que as autoridades constituídas tomassem as devidas providências? Por que a gasolina e o diesel, oriundos da refinaria de Manaus e transportados, via fluvial para Rondônia, segmento bem mais barato que o rodoviário tem o custo do litro acima de outras regiões?
O Rondônia Dinâmica há tempos vem denunciando a cartelização no preço do diesel e da gasolina no Estado. Nada justifica a diferença entre as diversas bandeiras de postos de centavos no preço do litro. Demorou, mas o nosso “glorioso” Procon-RO resolveu agir esta semana e notificou os proprietários dos postos de combustíveis praticantes do cartel favorecendo o consumidor com preço mais honesto do litro de combustível.
Hoje já é possível comprar o litro da gasolina em Porto Velho a preço inferior a R$ 4. Há quanto tempo isso não ocorria, mesmo com o governo federal anunciando regularmente a queda do preço do barril de petróleo nas refinarias?
O mesmo problema ocorre com relação ao preço dos quilowatts da energia elétrica no Estado. O RD vem denunciado com regularidade os abusos da Energisa, empresa distribuidora do segmento no Estado, que assumiu o ativo e o passivo da antiga Centrais Elétricas de Rondônia-Ceron e ganhou a concessão pagando pouco mais de R$ 50 mil.
As denúncias contra a Energisa, dentre elas a otimização nos contadores de energia elétrica levou os deputados estaduais a constituírem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), pela Assembleia Legislativa (Ale), que está paralisada devido ao coronavírus, mas que já constatou inúmeras irregularidades. Certamente a empresa terá que se justificar perante os membros da CPI da Ale, tão logo passe, e assim esperamos, a pandemia que preocupa o mundo.
Esta semana, por exemplo, o governo do Estado encaminhou projeto para a Ale, furtivamente, devido à preocupação, hoje, ser concentrada na luta contra a pandemia, que domina qualquer discussão na atualidade, de isenção fiscal e tributária à Energisa reduzindo uma dívida de quase R$ 2 bilhões para R$ 700 mil. Certamente a “proposta”, que está nas comissões permanentes da Ale, não passará pelo crivo dos deputados.
A esperança é a cura (vacina) para o coronavírus no menor tempo possível, mas temos que admitir que o mundo será revisto, após a sua passagem (assim esperamos) avassaladora onde (quase) todos estão colocados em situação de igualdade. Mais do que nunca é necessário repensar o passado, viver o presente e se preparar para o futuro. Assim esperamos...