Apenas um hospital dos 16 que existem na região está completamente operacional, avisa a Cruz Vermelha, em comunicado.
As restrições impostas pela pandemia de covid-19 - que, segundo as Nações Unidas, infetou seis pessoas na região, uma das quais morreu -- juntam-se aos cortes de água e à falta de alimentos.
"Para milhões de pessoas no nordeste da Síria, as consequências dos combates, a falta de água, alimentos e medicamentos são tão preocupantes quanto o coronavírus", comparou o chefe do escritório da Cruz Vermelha na cidade de Hassake, Karim Mahmud.
"Há um risco de agravamento de crises profundas, invisíveis a olho nu, agora que a atenção do mundo está virada para o coronavírus", realçou o diretor regional da Cruz Vermelha, Fabrizio Carboni.
A região, dominada pelas forças curdas e duramente afetada por nove anos de guerra civil, abriga campos de deslocados com dezenas de milhares de pessoas, incluindo as famílias de antigos combatentes do grupo terrorista Estado Islâmico.
Sob pressão da Rússia, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, em janeiro, uma resolução que reduziu para metade o número de postos fronteiriços através dos quais transitava a ajuda humanitária destinada à população do nordeste da Síria, maioritariamente curda.
Restam em funcionamento apenas dois postos, ambos na fronteira turca, tendo fechado um na fronteira iraquiana através do qual circulava uma importante ajuda médica para os 1,3 milhões de habitantes do nordeste sírio.
Segundo o Programa Alimentar Mundial, metade da população da região sofre de insegurança alimentar, que afeta, em todo o país, cerca de 9,3 milhões de sírios.
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