Por Futebol do Norte
Publicada em 16/05/2020 às 09h14
O ex-árbitro Arnoldo Vasconcelos Figarela foi o entrevistado na última quinta-feira (14/05) no programa No Mundo da Bola na parceria entre Futebol do Norte e Capital FM PVH. Aos 50 anos, o profissional falou sobre o trabalho executado pelo árbitro em campo, sua carreira, o momento da parada além do potencial dos jovens árbitros do Estado que estão em posição de destaque. A Betway Portugal fornece algumas das melhores chances quando a temporada for retomada assim como os profissionais que estão em evidência na arbitragem.
"Eu poderia estar apitando até hoje, me sinto preparado e sinto uma falta danada de estar nos gramados. Mas para mim foram algumas divergências mesmo da Federação (de Futebol do Estado de Rondônia). Em 2016 eu vi que a coisa caminhava para um lado diferente daquilo que eu prezo. Eu sou um cara muito transparente, eu gosto das coisas com transparência, eu não concordava com algumas coisas da nossa Comissão de Arbitragem e para não me posicionasse como o cara que apitou a Série A e estava indo contra uma federação, aí preferi me afastar e deixar que nossa federação e nossa presidência da comissão pudessem seguir os rumos deles. Eu me sinto um atleta e me mantenho em forma", revelou.
Arnoldo Vasconcelos Figarela frisou que não guarda mágoas e destacou que num futuro pode vir a executar algum trabalho em conjunto com a FFER. "Num outro momento quem sabe a Federação pode precisar de uma outra forma. Naquele instante não foi o meu momento ou se foi não me aproveitaram, mas sei que tenho muito a contribuir", acrescentou.
O ex-árbitro teve uma longa trajetória no futebol nacional apitando jogos da Copa do Brasil e em todas as divisões do Campeonato Brasileiro. E, hoje, ele serve de referência para muitos jovens árbitros do quadro local. "Me sinto muito feliz e lisonjeado até porque eu não me considero o melhor árbitro, mas eu vivi a minha fase. Pois nós tivemos lá atrás árbitros que viveram momentos excelentes só que cada um dentro da sua etapa. Nós tivemos Antonio Carlos Bicho, nós tivemos Floriano Vieira, nós tivemos o Ravengar, nós tivemos o Becão. Nós tivemos árbitros que conduziram partidas dificílimas. Como fui o árbitro que chegou mais longe apitando jogos da Série A, obviamente que a gente acaba servindo como parâmetro. Eu fico muito feliz com todo apoio que a imprensa me deu, mesmo não sendo reconhecido dentro da minha federação. Não me sinto um ídolo, mas me sinto um caminho. Eu acredito muito que o Jonathan, Marcos se me superem que eu ficarei muito feliz que alguém que me viu apitando, que me viu como motivação, passou de mim e conseguiu chegar até a Fifa", pontuou.
Arnoldo Figarela destacou o trabalho que vem sendo feito pelo árbitro Jonathan Antero nos últimos anos. "Hoje o árbitro que está em evidência até por estar apitando os jogos da Série B é o Jonathan (Antero). Um cara sério, dedicado, eu conheço bem, sei da sua índole e do esforço que ele vem fazendo para se manter. Ele vem sendo o cara da nossa arbitragem", afirmou.
O ex-árbitro também fez questão de destacar outros bons valores na arbitragem local. "Nós temos o Caio Cazuza, nós temos o próprio Maicon (Pessoa) que fez ou outra acaba parando no teste físico. Nós tivemos o Fledes (Rodrigues Santos) com suas oscilações. E acompanhando de fora nós temos o Marcos (Monteiro) que com certeza, eu já falei para ele e sempre que ele me procura dou conselhos a ele que é um cara que tem um futuro brilhante pela frente. Obviamente que tudo isso a gente fala pelo que a gente vê hoje, mas amanhã pode ser um novo cenário. A vida é feita de oportunidades. Se a pessoa tem as habilidades, se a pessoa corresponde em campo, ela se prepara fisicamente, mentalmente e estuda e as regras, ela vai ter um bom resultado dentro de campo", disse.
Arnoldo Figarela acredita que o momento é de dificuldades para todos e também para o árbitro de futebol. "É uma situação que não é fácil para ninguém. Na verdade existe um aporte para os árbitros do quadro nacional. Algumas federações estão dando esse aporte. Praticamente todo árbitro tem uma segunda profissão que é o que dá a sustentação. Por mais que seja um árbitro de Série A (do Campeonato Brasileiro), ele nem sempre está apitando", esclareceu.
A profissão de árbitro de futebol é regulamentada por legislação própria, a Lei 12.867/2013, que faculta à categoria, por exemplo, a organização em associações profissionais e em sindicatos. "Apesar de ser uma profissão que foi aprovada pelo Congresso, efetivamente não existe uma contratação de um árbitro. Quanto que vale um árbitro? Qual o serviço de um árbitro? Por jogo ele recebe uma taxa, mas nem todo árbitro trabalha todo final de semana. Tem que se fazer um estudo disso e nossa classe sofre muitas responsabilidades. É o único que chega no estádio xingado. As duas equipes entram em campo aplaudidas e por mais que eles façam um jogo ruim, eles vão ser vaiados do meio para o fim da partida", encerrou.