Por Agência Brasil
Publicada em 07/05/2020 às 14h29
A retomada do crescimento da economia brasileira será principalmente com capital privado, afirmou hoje (7) o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, José Salim Mattar Júnior, em transmissão ao vivo feita pelo deputado Alexis Fonteyne (Partido Novo – SP).
De acordo com o secretário, há no mundo US$ 1,5 trilhão disponível para investimentos, principalmente para geração e distribuição de energia, infraestrutura, concessões e saneamento. “O que precisamos é atrair esse capital estrangeiro através de segurança jurídica, de facilidade de entrada de capital e saída. Acredito que podemos fazer a retomada do crescimento do Brasil principalmente com capital privado”, afirmou Salim Mattar.
Entretanto, ele disse, a crise gerada pela covid-19 impede novos investimentos. “Neste presente momento, com o coronavírus, o mercado deu uma reduzida, a bolsa caiu, os investidores estão mais apreensivos, estão um pouco receosos de fazer investimentos. Este não é um momento bom de continuar vendendo ativos”, afirmou.
Para o secretário é preciso reduzir o tamanho do estado, considerado por ele “gigantesco, obeso, lento, burocrático e oneroso para o pagador de impostos”.
Salim Mattar disse ainda que a legislação atual torna lento o processo de venda de empresas públicas. “Existe uma arcabouço legal jurídico para proteger o bem do cidadão. Foi feito com boa intenção para proteger o pagador de imposto. Só que é dificílimo vencer um bem do estado. As empresas desestatizadas no passado gastaram 30 meses em média para serem privatizadas. Na iniciativa privada se vende entre 45 dias e 75 dias”, disse.
Além da venda e fechamento de empresas públicas, Mattar disse que é preciso reduzir o patrimônio imobiliário da União avaliado em R$ 1,3 trilhão. De acordo com o secretário, são 750 mil imóveis mas poucos estão aptos a serem vendidos por terem a documentação em dia.
Servidores públicos
Na transmissão por rede social, Salim Mattar disse ainda que atualmente há duas classes de cidadãos – os servidores públicos, com estabilidade, e os trabalhadores da iniciativa privada. “Precisamos ter uma única classe de cidadão”, disse. Ele acrescentou que a renda per capita de Brasília é de R$ 70 mil, por ano, enquanto de São Paulo é R$ 50 mil. “O estado que mais produz não tem a maior a renda. A maior renda está em Brasília, exatamente com quem nada produz”, afirmou.