Por Focus
Publicada em 27/05/2020 às 09h34
O governo francês proibiu nesta quarta-feira, 27, o uso de hidroxicloroquina no tratamento de doentes com COVID-19, depois de dois organismos de saúde pública terem se declarado contra o uso do medicamento. A decisão foi tomada depois de um estudo ter provado não só a ineficácia do remédio no contexto da pandemia, como o aumento do risco de morte dos pacientes.
A França revogou o decreto de 11 de maio que autorizava a administração de hidroxicloroquina a pacientes infectados pelo novo coronavírus. Desde o fim de março que o antiviral, usado no combate à malária, era aplicado para tratar casos mais graves da infecção. O Conselho Superior de Saúde Pública e a Agência Nacional de Segurança de Medicamentos e Produtos de Saúde divulgaram parecer negativo sobre a prescrição do remédio no tratamento da COVID-19.
As conclusões negativas dos dois organismos de saúde pública franceses seguem-se ao estudo publicado na semana passada, na revista científica The Lancet, que desaconselha o uso de hidroxicloroquina como tratamento contra o novo coronavírus, já que aumenta substancialmente o risco de morte dos pacientes.
O uso do antiviral como tratamento da COVID-19 passou a ser alvo de várias discussões, na medida em que a hidroxicloroquina era utilizada em alguns países para esse fim, mas sem nenhuma investigação que apoiasse a sua eficácia no contexto da atual pandemia. Nos últimos dias, o remédio ganhou ainda mais protagonismo depois de Donald Trump ter admitido que o tomava diariamente para prevenir a infeção pelo novo coronavírus. O estudo também levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a suspender temporariamente os ensaios clínicos com hidroxicloroquina no combate à doença.