Por Sputnik Brasil
Publicada em 28/05/2020 às 14h58
Israel não perderá uma "oportunidade histórica" de estender sua soberania a partes da Cisjordânia, garantiu o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nesta segunda-feira (25), chamando a mudança de uma das principais tarefas de seu novo governo.
Os palestinos consideram esse plano como uma anexação ilegal de terras ocupadas que eles buscam para um futuro Estado. Na semana passada, eles declararam o fim da cooperação de segurança com Israel e seu aliado, os Estados Unidos, em protesto contra o plano territorial.
Netanyahu prometeu colocar os assentamentos judaicos e o Vale do Jordão na Cisjordânia sob a soberania de Israel. Ele definiu o dia 1º de julho como uma data de início para as discussões do seu gabinete sobre o assunto, que também despertaram alarme na União Europeia (UE).
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, chamou o assunto de complexo e declarou que exigia coordenação com Washington. O novo parceiro político de Netanyahu, o centrista Benny Gantz, tem sido ambíguo quanto à anexação de fato.
Em uma reunião de legisladores de seu partido de direita Likud nesta segunda-feira (25), Netanyahu definiu as mudanças de terras na Cisjordânia como "talvez a primeira em importância em muitos aspectos" das tarefas a serem realizadas pelo governo que ele e Gantz formaram em 17 de maio.
"Temos uma oportunidade histórica, que não existe desde 1948, de aplicar judiciosamente a soberania como um passo diplomático na Judeia e na Samaria", afirmou ele, referindo-se ao ano do nascimento de Israel e usando os nomes bíblicos para a Cisjordânia.
"É uma grande oportunidade e não vamos deixar passar", acrescentou o premiê um dia após o início de seu julgamento por corrupção. Ele nega acusações de suborno, fraude e quebra de confiança.
Netanyahu citou o plano do presidente dos EUA, Donald Trump, para a paz entre israelenses e palestinos como base da anexação de fato. Os palestinos rejeitaram a proposta, anunciada em janeiro, segundo a qual a maioria dos assentamentos judeus seria incorporada ao "território israelense contíguo".
Palestinos e a maioria dos países consideram ilegais os assentamentos em terras que Israel tomou na guerra do Oriente Médio em 1967. Israel contesta isso. Os críticos israelenses da anexação manifestaram preocupação de que isso pudesse aumentar a violência anti-israelense.