Por Elaine Barbosa e Veronilda Lima/Secom
Publicada em 08/05/2020 às 14h00
“Ser mãe é um dos maiores desafios da vida. O desafio mais lindo que pode existir, a maternidade muda muito quem somos, muda o jeito de olhar o mundo. Começamos a nos colocar mais no lugar do nosso próximo, nos torna muito mais forte do que imaginamos e por nossos filhos tiramos força de onde não temos”, declarou a jovem mãe, Emelyn Perez da Silva, de 19 anos de idade, estudante do Ensino Médio da Escola Estadual 4 de Janeiro, que teve sua primogênita, Maria Lis, há dois meses, quando ao nascer, passou 16 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Casada há cinco anos, Emelyn tentava engravidar e as tentativas não tiveram êxito. “Fiquei mais ou menos um ano e meio tentando engravidar e quando eu iria desistir, Deus mandou a Maria Lis. Foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Minha gravidez foi meio complicada com muitos enjôos, e no finalzinho tive diabetes gestacional, cheguei a ficar internada por conta disso”, conta.
Maria Lis nasceu no dia 26 de fevereiro de 2020, em um parto normal, no Hospital de Base Doutor Ary Pinheiro, e ao nascer foi diagnosticada com uma anomalia na coronária esquerda do coração. A mãe teve que ser forte logo após o nascimento da primeira filha, porque viriam dias difíceis para manter a vida da filha. “A veia esquerda do coração nasceu no lugar errado, ela teria que fazer uma cirurgia para colocar no lugar certo. O problema no coração foi diagnosticado somente ao nascer e não mostrava nas ultrassons que foram feitas durante a gestação. Depois de quatro dias de nascida ela foi para a UTI. Depois tivemos que ir para a cidade de São Paulo, onde ela faria a cirurgia”, relembra Emelyn.
Nessa fase, para buscar tratamento para a filha fora do estado de Rondônia, Emelyn contou com o Tratamento Fora de Domicílio (TFD). Este é o serviço que possibilita o deslocamento de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) para outro estado, que é oferecido pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).
FÉ
Emelyn disse que não tem religião, mas acreditando em Deus, no momento de dor e preocupação com sua filha, passou a orar por sua saúde. “Quando chegamos no hospital em São Paulo foram refazer todos os exames para marcarmos a cirurgia de Maria Lis. E, durante todos os exames, eu sempre orava, pois ela não podia ter nada e nenhuma infecção, porque ela não poderia fazer a cirurgia. Foi então, quando Deus fez nosso milagre, e foi refeito o ecocardiograma novamente, onde não havia mais nada ali. Ela estava mal, muito mal, coração inchado, por isso foi para UTI. Agora estava perfeita e creio que foi Deus”.
Os desafios de uma mãe não param e agora outra preocupação é a Covid-19. “Desde de quando ela nasceu, fiquei o tempo todo no hospital. E depois que saímos veio a pandemia. Então quase ninguém conheceu Maria Lis e provavelmente vão conhecê-lá já maiorzinha. Ela não sai de dentro de casa pra nada, todos que moram na mesma casa estão de quarentena rígida, saímos somente para o necessário, e quando chegamos lavamos as mãos antes de pegar qualquer coisa e vamos logo tomar banho. Mas, mesmo assim, ainda evito muito que as pessoas que moram comigo peguem ela. Ela fica mais comigo e com o pai”.
Emelyn incentiva mulheres que querem se tornar mães. “As mulheres que desejam ser mães e estão na tentativa, não desistam. Creio que Deus faz tudo no tempo certo. Desejo um Feliz Dia das Mães a todas que são “pães”, que em muitas das vezes são pai e mãe de seus filhos”.
Hoje Maria Lis tem dois meses e 12 dias, vive uma vida perfeita com muita saúde, como todo recém nascido, e estará ao lado de Emelyn, comemorando pela primeira vez o Dia das Mães.
SONHO DE SER MÃE
Outra história emocionante de mãe que exerceu a fé, é de Veronilda Lima, servidora pública estadual há 14 anos, e 25 anos de jornalista, atuando hoje como assessora de comunicação da Secretaria de Estado da Assistência e do Desenvolvimento (Seas). Grávida pela primeira vez, com 36 semanas de Arthur Pedro, deve dar à luz até 20 de maio, realizando o grande sonho de ser mãe, que muito lutou para concretizar sua dádiva.
Veronilda é casada há oito anos e, após seis meses casada, procurou um médico especialista em Porto Velho, que se destacava na área de reprodução humana. “Nos meus exames e do meu esposo estava tudo certo. Porém o filho não veio. Mudei de plano de saúde e tive que mudar de médico também. Novamente procurei um médico com boas referências, que me indicou medicação vinda de São Paulo, mas nada do filho vir. De férias em João Pessoa procurei outra especialista, que disse que eu estava pronta para engravidar. Mas nada do filho chegar”, relembra a jornalista.
As dificuldades vieram para atrapalhar e difultar ainda mais o sonho de ser mãe. “Vieram problemas de saúde em quatro pessoas queridas da família, que acabaram me levando a suspender o tratamento, e quando retornei ao meu primeiro médico, ele sugeriu que eu buscasse um centro especializado. Fui primeiro para Cuiabá, por ser mais perto, mas a bênção não estava lá. Porém, havia a promessa de Deus de que eu seria mãe e por isso eu persistia”, conta Veronilda.
Veronilda também pensou em adoção, assim realizaria o seu sonho de ser mãe e encher sua casa de alegria e amor. “Quando pensei em partir para o cadastro de adoção, descobri uma médica muito carismática em São Paulo, Eliana Morita, que solicitou uma bateria de exames para mim e meu esposo, e após o resultado e novas medicações, incluindo injeção contra trombofilia que preciso tomar até 40 dias após o parto, iniciamos os procedimentos”.
Hoje, com 51 anos de idade, Veronilda agradece a Deus por ter proporcionado a sua gestação. “Tudo eu fazia pedia o consentimento de Deus, pois sei que nenhuma folha cai sem Ele permitir e o sopro de vida vem Dele, estamos esperando nosso Arthur Pedro. Não tive enjôos e apenas a pressão arterial é que requer atenção, pois agora os cuidados dobram com esta pandemia do novo coranavírus”, disse a mãe Veronilda.
Apesar do Artur Pedro não ter nascido ainda, o Dia das Mães será especial. “Eu sinto ele mexendo dentro de mim, alertando que está crescendo e prestes a chegar. Agradeço também ao meu esposo Ailton, pela paciência que teve em tornar real meu sonho que se tornou dele também”, agradece Veronilda.
Veronilda finaliza dando um conselho para as mulheres que querem se tornar mães “Um conselho que dou para quem tem este sonho, é que não desista. Confie em Deus e busque a medicina, que foi Ele também que criou”.