Por Correio Braziliense
Publicada em 04/05/2020 às 14h54
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, apontou, em depoimento à Polícia Federal no sábado (02/05), o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, como uma das testemunhas da interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. O depoimento já está com o ministro Celso de Mello, relator do inquérito sobre as denúncias de Moro no Supremo Tribunal Federal (STF). As informações foram passadas ao Correio por fontes da Corte e da Procuradoria-Geral da República.
Sergio Moro foi ouvido na qualidade de investigado, após deixar o governo acusando Bolsonaro de tentar acesso a inquéritos e relatórios de inteligência da PF. O procurador-geral da República, Augusto Aras, ao solicitar ao STF a abertura do inqúerito, inseriu entre os crimes a serem investigados os de denunciação caluniosa e prevaricação - quando um funcionário público deixa de cumprir com as atribuições do cargo para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Sergio Moro deixou o governo em reação à exoneração do delegado Maurício Valeixo da direção-geral da PF. Nesta segunda-feira, Bolsonaro deu posse ao substituto de Valeixo no cargo. É o delegado Rolando Alexandre de Souza, ex-secretário de Planejamento e Gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ele é próximo de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, cuja nomeação foi suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ramagem é amigo da família Bolsonaro.