Por Globoesporte.com
Publicada em 02/05/2020 às 10h51
Faltam 15 meses para as Olimpíadas de Tóquio e há muito mais perguntas do que respostas sobre sua realização. Já podemos imaginar que os Jogos serão desiguais, mesmo entre as potências teremos muita diferença na estrutura de treinamento alcançada por cada atleta, imprevisíveis, difícil fazer qualquer prognóstico de resultado, e nivelados por baixo, já que poucos chegarão com a preparação ideal.
Países que conseguirem controlar a pandemia antes, terão grande vantagem. Neste momento, a Nova Zelândia, país do mesmo patamar olímpico do Brasil, é um grande exemplo disso e, ao que tudo indica, conseguirá ter os atletas de alto nível treinando normalmente em breve. A Coreia do Sul, país do top 10 do quadro de medalhas, segue pelo mesmo caminho.
Normalmente as Olimpíadas são desiguais. Atletas de países como os Estados Unidos, China e Rússia têm, na maioria das vezes, condições de treinamento muito melhores do que países africanos, por exemplo. No Brasil, apesar dos atletas de alto nível terem uma estrutura parecida com a das potências mundiais, até chegar no topo não há apoio nenhum, diferente das maiores nações.
Mas a pandemia faz com que seja mais difícil driblar a desigualdade imposta. Não haverá como fazer intercâmbio, campings, competir o circuito, trazer treinador estrangeiros, coisas que os países menos desenvolvidos costumam fazer para diminuir essa discrepância.
As competições serão imprevisíveis. Será difícil conseguir fazer qualquer prognóstico de resultados, já que os Campeonatos Mundiais de cada modalidade, que costumam ser parâmetro, aconteceram há muito tempo (dois anos antes dos Jogos), e ainda sem a pandemia. O Circuito Mundial dos esportes está totalmente comprometido. Cada atleta chegará nas Olimpíadas com um grau diferente de preparação, e isso é difícil de quantificar para fazer as análises.
Por fim, é muito provável que as Olimpíadas de Tóquio sejam a com menos recordes mundiais dos últimos anos. Sem a preparação ideal, fica difícil os atletas chegarem aos Jogos aptos a fazerem as melhores marcas de suas carreiras. E, se a quinze meses dos Jogos ainda há tantas incertezas, a preparação já está prejudicada.