Por Rondoniadinamica
Publicada em 09/05/2020 às 10h12
Porto Velho, RO — Com a deflagração da crise sanitária do Coronavírus em Rondônia (COVID-19/SARS-CoV-2), ficou claro que a turma do Palácio Rio Madeira, especialmente o governador Coronel Marcos Rocha, sem partido, e o secretário Fernando Máximo, titular da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau/RO), não tem ideia de como administrar direito a situação.
O número de casos avança de maneira exponencial, e as mortes também crescem; todos os dias, no entanto, há coletiva de imprensa com direito à conversa fiada e propalação do mais do mesmo lá na sede do Executivo estadual.
A ideia é dar impressão de transparência, concepção reforçada pelo ranking elaborado pelo Open Knowledge (https://transparenciacovid19.ok.org.br/), onde a unidade da federação liderada pelo militar está em primeiro lugar, empatada com Pernanmbuco (PE) e Espírito Santo (ES) no topo da listagem.
Certamente a empresa que coteja esses dados transitam na superfície do mundo informativo no quesito institucional. Isso porque, por exemplo, se um usuário comum tenta acessar por conta própria os trâmites no Sistema Eletrônico de Informações (SEI!), dá com o rosto no muro do burocracia.
Há, inclusive, expediente intentado pelo adversário de Marcos Rocha nas eleições de 2018 via Tribunal de Contas (TCE/RO). O advogado e professor Vinícius Miguel tenta, a mais de um ano, desbloquear o emperramento proposital deixado pela atual gestão do Estado.
Agora, tirando esse problema, existem tantos outros que precisam ser esmiuçados, sim, porquanto o Decreto de Calamidade Pública autoriza gastos sem licitação.
A compra do Hospital Regina Pacis por R$ 12 milhões é um deles. A denúncia feita pelo deputado Laerte Gomes, do PSDB, de que o governo gastou R$ 3,5 com kits para teste rápido de Coronavírus que ainda não chegaram ao estado, embora Máximo tenha prometido, é outro retrato do caos pandêmico instalado e gerenciado pela cúpula palaciana.
Também agravam a situações a indecisão do Executivo abalroada diversas vezes por decisões judiciais: a história do abre comércio, fecha comércio, abre comércio, fecha comércio, induz à sociedade uma despreocupação patrocinada por figuras ascendentes.
Se o presidente da República Jair Bolsonaro, também sem partido, é apoiado em tudo por Marcos Rocha, especialemente quanto o último encampa a ideia do "ele sou eu, eu sou ele", e agora, mesmo com dez mil mortos, garente fazer um churrasco com direito a convidados, como creditar na conta da população a responsabilidade exclusiva pela propagação do vírus?
Sim, as pessoas precisam ter responsabilidade, e esta é uma obviedade visceral observada desde o início do imbróglio com o Coronavírus. Quando o jornalismo já alertava sobre a potencialidade do COVID-19 em todo o Planeta Terra a partir dos casos em Wuhan, na China, Marcos Rocha usava suas redes sociais para promover atos políticos a favor do amigo Bolsonaro no Espaço Alternativo.
Agora, desesperado e de mãos atadas, chega a falar em abatimento bilionário na dívida da Energisa com o Estado de Rondônia como se fosse algo urgente, humanitário, ao mesmo tempo em que responsabiliza a imprensa por propagar notícias falsas (fake news) justificando a desistência do proprietário do Prontocordis em assinar contrato com o Estado.
Agora, não adianta mais se postar diante das câmares e dizer que irá avaliar o comportamento da população para saber se decreta ou não o lockdown, até porque a postura da sociedade é reflexo da displicência de seus governantes, figuras ascendentes que deveriam, ao menos em tese, tratar a pandemia com responsabilidade, ética e honestidade.
Não é o caso.