Por Professor Nazareno
Publicada em 11/05/2020 às 10h11
A ameaça de um vírus desconhecido pode levar populações inteiras ou parte delas ao desaparecimento quase total. Não há remédios, não há vacinas, não há outras formas conhecidas para deter a ação mortal do agente infeccioso. E sempre foi assim. Na Peste Negra, que dizimou metade da população da Terra, e também na Gripe Espanhola, que ceifou a vida de milhões de pessoas, o único remédio era tomar distância do problema. Mesmo em outras crises sanitárias causadas por seres microscópicos como a cólera, o HIV, a hepatite e a meningite, a única maneira mais eficaz era evitar o contato. E não é diferente com o Coronavírus em pleno século vinte e um. Com grande capacidade de transmissão para infectar organismos humanos e causar a Covid-19, não há outra saída, por enquanto, que não seja a quarentena e o isolamento.
Mas confinar populações inteiras dentro de casa não tem sido nada fácil hoje em dia, principalmente em países como o Brasil, onde além de as autoridades não gozarem de prestígio popular, a maioria de seus cidadãos depende do trabalho diário para prover suas necessidades básicas. “Se ficar em casa pode até escapar do vírus, mas morre de fome”, é o pensamento lógico a que a maioria, com alguma razão, se apega. Por isso, as pessoas, principalmente as mais frágeis economicamente, não pensam duas vezes para se arriscar. Em países ricos e civilizados, o confinamento ainda que tardio em alguns casos, já evitou milhares de mortos. Reino Unido, Itália, Estados Unidos, Espanha, Japão, Alemanha, dentre muitos outros países, foram obrigados a decretar a quarentena de seus cidadãos. Na Nova Zelândia, o povo, em respeito à primeira-ministra, obedeceu.
Com muita disciplina, obediência, amor à nação e firmeza “santa” Jacinda Ardern praticamente venceu o vírus em seu país. E por causa do confinamento, muitos países já ensaiam a flexibilização de seus comércios e de suas atividades econômicas. Mas no Brasil de analfabetos funcionais, de gente indisciplinada, de pessoas ambiciosas e de ignorantes em relação à atual pandemia, o caos se anuncia. Hoje já são quase 12 mil mortos pela Covid-19 e o número de infectados ultrapassa os 150 mil. E ainda não atingimos o “topo da curva”. E para piorar a situação, o presidente do país ignora qualquer recomendação séria sobre o vírus e incentiva todos a saírem às ruas. Num cenário assim, não há muito que fazer. É deixar o povo morrer à míngua. Não há outro jeito. É triste, mas se eu fosse uma autoridade, já tinha lavado as mãos e saído de cena.
Em Rondônia, por exemplo, as “Coronafest’s” e as “Coronabikes” continuam acontecendo na “cara” das autoridades e da Justiça sem nenhuma punição. Pessoas caminham diariamente no “Skate Park” e no Espaço Alternativo da cidade como se nada estivesse acontecendo. Jogos de futebol, aniversários, passeios, churrascos, festas, feiras livres e ruas lotadas ainda é rotina em Porto Velho. O Estado devia orientar todos os hospitais e UPA’s a não mais atender ninguém suspeito de Covid-19. Só atenderia pessoas com doenças “normais”. Outras cidades do país também têm dificuldades para implantar o “Lockdown”. Não querem seguir a ciência nem obedecer às autoridades? Que morram, então! Deve ser muito prazeroso morrer seguindo as ideias de Bolsonaro e suas sandices hilárias. Claro que haverá muitas falências, mas com vida todas podem ser recuperadas. O Coronavírus mostra ao mundo o nível de povo que temos. Infelizmente!
*Foi Professor em Porto Velho.