Por Giliane Perin/Secom
Publicada em 09/05/2020 às 09h37
Há aproximadamente um mês, as reeducandas da Casa de Detenção de Cacoal iniciaram a confecção de máscaras de proteção individual para auxiliar na prevenção ao novo coronavívurs. Neste tempo, mais de 10 mil unidades já foram produzidas e estão sendo distribuídas por diversas entidades e instituições de Cacoal.
As máscaras já foram entregues, por exemplo, no Hospital Regional (HRC) e no Hospital de Urgência (Heuro) de Cacoal, para o uso de pacientes e profissionais de saúde, na Casa de Apoio Amor Fraterno, Albergue, Casa de Acolhimento Pingo de Gente, unidades prisionais de Espigão D’Oeste e Cerejeiras, Casa de Acolhida São Camilo, Fórum, entre diversos outros locais. Ao todo, 12 das 16 internas da Casa de Detenção de Cacoal estão empenhadas na confecção das máscaras e tem como meta a produção de pelo menos 15 mil unidades.
A iniciativa conta com diversas parcerias, entre elas o Juízo da 2ª Vara de Execução da Comarca de Cacoal, que destinou recursos provenientes da prestação pecuniária para a unidade prisional de Cacoal para serem investidos na produção de máscaras descartáveis pelas reeducandas.
“Nós temos a ideia, para a próxima semana, de realizar algo como um pit stop para distribuir algumas máscaras para a população de Cacoal. A produção tem sido bastante satisfatória e estamos estudando os melhores meios, diante das restrições, para distribuir parte das máscaras diretamente para as pessoas que precisam circular pela cidade”, destacou o diretor geral da Casa de Detenção de Cacoal, Gilberto Santos de Andrade.
Máscaras estão sendo entregues em entidades filantrópicas, hospitais públicos e em diversas instituições
As reeducandas têm trabalhado em dois turnos na confecção das máscaras de proteção individual, pela manhã, das 7h às 11h, e a tarde, das 13h às 17h. O trabalho não para! Após a confecção, todas as unidades são esterilizadas pelos profissionais de saúde da própria unidade prisional, embaladas e só então são encaminhadas para a doação.
“A gente vê que muitas reeducandas estão realmente interessadas de verdade pela ação, pela atividade, e não apenas pela remissão da pena. Elas estão realmente empenhadas por ajudar outras pessoas e também por ocuparem o tempo com uma atividade. É bacana ver o quão bem essa atividade tem feito para elas, para o dia a dia. Muitas aprenderam a costurar por conta do projeto e estão gostando, e até mesmo pensando em adotar a costura como uma profissão”, pontuou a policial penal Juliane Amélia Rocha de Oliveira.
Presidente da Subseção da OAB em Cacoal enalteceu a relevância do projeto
O projeto desenvolvido na Casa de Detenção de Cacoal, assim como em outras unidades prisionais de Rondônia, tem recebido diversos elogios. Nesta semana, o presidente da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, Diógenes Nunes de Almeida, esteve visitando o projeto e falou da sua admiração pela iniciativa.
“Esta é mais uma importante iniciativa que, além de atender a sociedade neste difícil momento, garante às reeducandas o aprendizado de um ofício e também o despertar de um sentimento tão gratificante, que é poder contribuir com o próximo. A OAB/Cacoal é parceira da Casa de Detenção e sempre nos colocamos à disposição para contribuir com esta e outras iniciativas”, enalteceu o presidente da Subseção da OAB em Cacoal.