Por Sindsaúde e CUT.
Publicada em 09/05/2020 às 09h15
O Cemetron, hospital de referência em Rondônia no tratamento da Covid-19, doença causada pelo coronavírus, está com precárias instalações físicas, com aspecto de lugar abandonado. São infiltrações, estruturas enferrujadas, forros com buracos, paredes com umidades e pintura/reboco caindo, rachaduras em várias salas, animais domésticos em vários ambientes e até próximos à porta da UTI, sala de EPIs mal cuidada e com buraco na parede, macas enferrujadas, leitos próximos à paredes totalmente danificadas pela umidade, portas danificadas, animais domésticos na sala com roupas de camas e até caramujo africano foi encontrado dentro da unidade.
A inspeção foi realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Saúde (SINDSAÚDE), atendendo solicitação do Ministério Público do Trabalho (MPT), nesta quinta-feira (7), das 11h40 às 14h30, pela presidente da entidade Célia Campos e o diretor jurídico Maicom Martins. Além do estado de abandono do local, cheio de animais domésticos e até caramujos africanos, foi constada ainda que as centrais de refrigeração no isolamento, que é a segunda UTI do Cemetron, está funcionando apenas parcialmente. Os banheiros das enfermarias não tem espaço suficiente para entrar com cadeira de rodas; os EPIs, as máscaras N95 e os tubos endotraquel n° 7, 7.5, 8 e 8.5 estão escassos. Os servidores estão pedindo doação desse material;
O descaso das autoridades com o Cemetron é tão grande que até o túnel de descontaminação recentemente inaugurado, com ampla divulgação pela imprensa, simplesmente não está funcionando por falta de produtos químicos. Mesmo nestas precárias condições a unidade está atualmente com suas enfermarias quase todas lotadas e a UTI 2, de isolamento para tratamento de pacientes com Covid-19, que tem doze leitos, está com oito leitos ocupados ou 70% de sua capacidade.
As condições encontradas pelos dirigentes do SINDSAÚDE são de verdadeiras cenas de filme de terror, que foram documentadas por fotos que farão parte de um relatório detalhado que será entregue ao MPT. Fica evidente que o Cemetron não pode ser classificado como um hospital de referência, sequer como hospital, que precisa ser interditado e passar por uma ampla reforma e modernização de seus equipamentos. A pergunta que fica: como serão atendidos os pacientes graves quando ocorrer o pico da pandemia do coronavírus?