Por Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 30/05/2020 às 10h33
O controle do coronavírus parece distante, mas a expectativa é que se encontre uma vacina, assim como já ocorreu com as inúmeras pandemias que assolaram o mundo, como as gripes espanhola, H1N1, “Suína” e outras nem tanto contagiosas, até o final do ano. As previsões mais otimistas têm este prazo, porque a ciência, mesmo com toda a tecnologia disponível não consegue um antídoto para amenizar o sofrimento da população mundial, sem exceção, de conviver com a morte e não saber como evitá-la precocemente, ou posterga-la com uma vacina eficaz e o fim da vida de forma normal pela idade avançada.
Apesar de todo o sofrimento com a pandemia matando e colocando em xeque a competência (sic) da Organização Mundial da Saúde (OMS), que foi no mínimo omissa, no alerta ao mundo sobre o vírus que veio da China, para não dizer conivente e parcial, o “Trenzinho da Alegria” proporcionado pela maioria dos políticos, empresários e membros de outros segmentos da sociedade onde a corrupção é prioridade.
E não é necessário consultar o Google, para constatar a triste realidade de um país onde nem mesmo uma situação delicada como a atual, com a pandemia matando pessoas em grande número todos dias, ocorra a prática da corrupção no trato do dinheiro público. O decreto de Calamidade Pública abriu o leque para os corruptos agirem sem o menor temor e meterem “a mão no jarro” comprando ventiladores, testes rápidos, montando hospitais e UTIs a preço de ouro, porque não é necessária licitação, para compra de materiais e equipamentos essenciais. Uma “carta branca” para a prática do ilícito com o dinheiro público.
Além da porta escancarada para a corrupção é possível constatar a politicagem praticada com equipamentos comprados a preços absurdos, superfaturados e nem sempre eficazes para controle e combate à pandemia. Em Rondônia, até parece que estamos em plena campanha eleitoral com políticos exaltando suas conquistas (sic), graças ao dinheiro do povo, pois toda a estrutura do Executivo, Legislativo, Judiciário e paralelos é mantida com recursos públicos, oriundos do pagamento de impostos, tributos e taxas da população, a maioria deles de forma compulsória.
O mundo está pagando um preço muito alto pela ganância da China, irresponsabilidade da OMS e conivência de políticos e empresários corruptos, nem todos, lógico. Mas o que deveria ser exceção é regra, pois a corrupção sempre existiu e certamente nunca deixará de existir, porque a mente humana não pode ser controlada, mas tudo em excesso não faz bem. Até água em demasia provoca ânsia, derrama. Hoje a corrupção em todos os segmentos extrapolou o mais elevado limite do bom senso.
Um exemplo negativo, recente, ocorreu na distribuição pelo governo federal do auxílio emergencial, que hoje (30) está sendo pago a segunda parcela. No Paraná 10.600 servidores públicos municipais receberam ilegalmente o primeiro pagamento de R$ 600 e muitos de R$ 1,2 mil. Somente em 11 dos 399 municípios paranaenses não ocorreu fraude no pagamento do auxílio emergencial, segundo o Tribunal de Contas (TC) do Estado.
Esta semana o governo de Rondônia fez um oba-oba pela mídia anunciando a distribuição de 100 mil testes rápidos aos municípios, após denúncias de irregularidades na compra, dentre elas a utilização de uma empresa de idoneidade duvidosa e sem capital suficiente para um empreendimento envolvendo mais de RS 11 milhões. Na “solenidade” festiva amplamente divulgada o governador Marcos Rocha (PSL), o midiático secretário de Estado da Saúde Fernando Máximo, deputados federais e estaduais. Parecia o anúncio da descoberta da fórmula da vacina...
Não é segredo que a pandemia, a cada dia convence os cientistas, que é endêmica, mundial, portanto, sem a vacina teremos que conviver com ela. Também é de conhecimento que o teste rápido é uma maneira de evitar, que o coronavírus contamine órgãos vitais como o pulmão, pois, caso a pessoa teste positivo é medicado com remédios antigripais, anti-inflamatórios, já existentes, que estagnam o avanço e cura as pessoas, e na maioria dos casos sem a necessidade de internamento, mas de confinamento breve. Quando o caso está avançado fica difícil, porque o vírus tem enorme poder de desenvolvimento. Mesmo com UTIs, ventiladores e medicamentos mais fortes não se consegue evitar óbitos na maioria dos casos.
A distribuição de 100 mil testes rápidos, com atraso de meses, para uma população estimada em torno de 1,7 milhão não representa muito. O “remédio”, hoje, é o teste rápido que deveria ser aplicado em toda a população, mesmo em quem não apresenta os sintomas iniciais.
A indignação não é com a ação política, que é necessária e benvinda, mas sim com a politicagem. A exploração desnecessária e oportunista em clima de campanha eleitoral antecipado, caracteriza um clássico “Trenzinho da Alegria”.
É da maior importância destacar, que a política econômica, social, financeira, agrícola é fundamental em todos os segmentos da sociedade. Já a politicagem é desnecessária, mas infelizmente ocorre em grande escala, porque a maioria do eleitorado não cumpre com a responsabilidade de votar conscientemente. Vota com o estômago, em troca de uma cesta básica e não com o cérebro.
O momento é de enorme preocupação pela sobrevivência, com a vida humana e com o futuro, hoje incerto, opaco e carente de uma política decente e objetiva. A politicagem é desnecessária e oportunista, como sempre.
Concluindo com uma frase do saudoso, inesquecível e competente ex-secretário de Saúde do Paraná, Arnaldo Faivro Busato que sempre merece ser lembrada: “A Saúde do Povo é a Suprema Lei”.