Por Professor Nazareno
Publicada em 18/05/2020 às 09h29
O Brasil é hoje um país muito perigoso para se viver. A violência desenfreada em nossa sociedade nunca foi um bom atrativo para ninguém. A falta de infraestrutura também contribui para esse fato. Além disso, o nosso país já é hoje o possível epicentro da pandemia de Covid-19. A gestão atrapalhada e desorganizada do fatal vírus associada às declarações monstruosas do presidente em relação a essa crise sanitária coloca mais combustível na triste situação. Assim, temos dois problemas para enfrentar: o sanitário e o político ao mesmo tempo. Depois virá o econômico, que será inevitável. Várias embaixadas já alertaram seus funcionários sobre a delicada questão do Brasil e orientam a volta deles o mais rápido possível. Com a recente demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich, as coisas podem tomar um rumo incerto em meio ao caos daqui.
Sem nenhum conhecimento técnico ou científico sobre o Coronavírus ou mesmo sobre qualquer outra coisa, Bolsonaro insiste em prescrever o remédio Cloroquina, ainda que sem a recomendação e o reconhecimento de sua eficácia pela comunidade científica internacional. Os números da Covid-19 no Brasil assustam o mundo e não param de crescer: hoje já são mais de 16 mil mortes com 240 mil infectados. E ainda não atingimos o pico da pandemia. Só que nosso insensível e sinistro mandatário faz pouco caso da desgraça alheia, ri das mortes e tripudia do número de óbitos no país. O “Mito” incentiva perigosamente as pessoas a sair às ruas, a desrespeitar a quarentena e o isolamento social. Para muita gente, Bolsonaro agindo assim é um genocida de sua própria gente. E o pior: ninguém, nada vai querer tirar tão cedo este sujeito do poder.
Dilma Rousseff caiu por “quase nada”: teria dado pedaladas fiscais no orçamento. Mas o miserável do “Bozo” já fez e aconteceu com o Brasil e os brasileiros e não dá sinais de que pode cair fora. Será que as forças do atraso que o colocaram no poder estão com medo do monstro que criaram? A ex-presidente caiu, embora não tenha feito nem 10% do que está fazendo Jair Bolsonaro. Ele briga, insulta, tripudia, cria crises institucionais, ataca a democracia, dá declarações monstruosas, ri e debocha dos mortos pela Covid-19, interfere nas instituições, demite seus ministros “a troco de nada”, mas se junta ao Centrão e se garante no poder. Lá fora, o Bozo não tem nenhum prestígio. Mas aqui, seguidores ensandecidos pelo “líder” inundam as redes sociais e feito zumbis saem às ruas aos prantos. Hoje, o “Mito” seria eleito já no primeiro turno.
Só que Jair Bolsonaro não enganou ninguém. Tudo o que está fazendo agora ele já fazia durante a campanha eleitoral. E cada voto que recebeu foi de forma consciente. Muitos dos brasileiros se viam nele e o veneravam. O “Salvador da Pátria”, o “homem que vai alavancar o Brasil para o futuro”, o “carrasco dos corruptos”, dentre muitos outros mantras eram gritados pelas multidões em delírio. Hoje o “Mito” é aplaudido ao levar os brasileiros à morte e ao suicídio e ao insuflá-los a saírem às ruas durante esta pandemia. Contra tudo e contra todos, ele nega o óbvio como a ciência e as orientações mais razoáveis das autoridades sanitárias para enfrentar o caos. Bolsonaro não tem ministério. O ministério é ele mesmo. Só vale sua vontade e sua visão sobre todas as coisas. A maior vergonha, no entanto, é não conseguirem ou não quererem tirá-lo do poder. Motivos não faltam. Hoje, alguns povos civilizados evitam o Brasil. Mas, e daí?
*Foi Professor em Porto Velho.