O pedido foi feito pelo Ministério Público, através de uma carta enviada à presidente da Câmara de Representantes do Congresso dos EUA, Nancy Pelosi, anunciou o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab.
"Informamos à opinião pública nacional e internacional o envio de uma comunicação (...) aportando informação para a investigação do Congresso dos EUA sobre a invasão de assassinos contratados e mercenários, com a participação dos Governos de (Donald) Trump e Duque (Iván, da Colômbia, Presidente colombiano)", anunciou na rede social Twitter.
Segundo o procurador a Operação Gedeón tinha como propósito provocar uma guerra civil de proporções incalculáveis" na Venezuela.
"A nossa instituição (Ministério Público) fará tudo o necessário para que se faça justiça, segundo as nossas leis soberanas, e se compromete no que for necessário para colaborar, como poder soberano, com qualquer instituição norte-americana que busque a verdade", lê-se na carta, cuja cópia foi divulgada por Tarek William Saab.
Por outro lado, Saab solicita à congressista informação sobre se a legislação norte-americana "permite contratar serviços privados de segurança, para desmembrar um Estado, violando a soberania de outro país".
A 12 de maio último o congressista republicano Eliot Engel, presidente do Comité de Assuntos Exteriores da Câmara de Representantes, instou o Governo de Donald Trump a pronunciar-se sobre as acusações venezuelanas de envolvimento na preparação da Operação Gedeón.
Pelo menos 93 pessoas foram detidas por alegadamente estarem envolvidas numa tentativa de invasão marítima falhada da Venezuela, ocorrida em 03 e 04 de maio.
Entre os detidos estão dois antigos militares norte-americanos, Luke Denman e Airan Berry, acusados de "terrorismo, conspiração, tráfico de armas de guerra e associação de malfeitores", que arriscam 30 anos de prisão.
Os venezuelanos foram igualmente acusados de "conspiração com Governo estrangeiro", nomeadamente os Estados Unidos e a Colômbia, além de outros crimes.
Entre os detidos está também Alcalá Cordones, sobrinho do antigo general venezuelano Clíver Alcalá, a quem as autoridades venezuelanas acusam de ter planeado os ataques e de estar envolvido no tráfico de droga.
Cordones foi um colaborador próximo de Hugo Chavéz, ex-Presidente venezuelano, que morreu em 2013, tendo-se distanciado de Nicolás Maduro, no poder desde a morte de Chavéz.
O Governo venezuelano compara a frustrada invasão marítima da Venezuela à tentativa de invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, em 1961.
A oposição venezuelana acusa o regime de Nicolás Maduro de ter financiado a Operação Gederón, da qual teria tido conhecimento prévio.
Segundo o líder opositor Juan Guaído, a Operação Gedeón, é usada pelo regime "como propaganda, para vitimizar-se a nível internacional, e acusar novamente a alternativa democrática, para continuar a perseguir a oposição".
Guaidó falava durante o encontro virtual "Conversando com Guaidó", organizado desde Washington pelo Centro de Estudos de Diálogo Interamericano, moderado pela ex-Presidente da Costa Rica Laura Chinchilla.
Segundo o opositor, devido à perseguição, 37 deputados da oposição estão no "exílio, com a imunidade parlamentar violada, e há 402 presos políticos na Venezuela".
A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o presidente do parlamento, Juan Guaidó, jurou assumir as funções de Presidente interino do país até convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas no país.
Guaidó conta com o apoio de quase 60 países.
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