Por Agência Brasil
Publicada em 09/06/2020 às 08h26
Projeto para a revitalização do centro histórico de Congonhas, cidade que fez parte do chamado Ciclo do Ouro de Minas Gerais, foi aprovado para apoio não reembolsável do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no âmbito do BNDES Fundo Cultural/Lei de Incentivo à Cultura. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, o projeto ajudará a cidade a explorar seu potencial turístico e a superar os impactos da pandemia de covid-19. O pedido de apoio ao banco foi feito pela Fundação Municipal de Cultura, Lazer e Turismo de Congonhas.
A cidade mineira reúne significativo acervo cultural, composto por igrejas de arquitetura barroca e esculturas do artista Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, cuja obra foi reconhecida como Patrimônio Cultural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O conjunto arquitetônico e urbanístico do município foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1941, onde havia, à época, apenas o eixo Basílica-Matriz. Ao longo dos anos, os principais monumentos da cidade foram tombados nacionalmente, de forma individual, abrangendo todo o entorno do Santuário; a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição; a coleção de ex-votos do Santuário (Sala dos Milagres); e a estação ferroviária da Estrada de Ferro Central do Brasil, de 1914.
Réplicas dos profetas
De acordo com o BNDES, o apoio financeiro da instituição permitirá a confecção de réplicas de dez dos 12 profetas esculpidos em pedra-sabão no adro do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Serão produzidos moldes de segurança dos profetas Isaias, Jeremias, Baruque, Ezequiel, Daniel, Oseias, Abdias, Amós, Habacuque e Naum. Até então só havia as réplicas de Joel e de Jonas, feitas em 2011 pelo Iphan e pela Unesco.
O projeto constitui a quarta e última fase de uma série de investimentos conjuntos com empresas privadas, prefeitura de Congonhas e o Iphan para a implantação do Museu de Congonhas, espaço anexo ao santuário inaugurado em 2015 com o apoio do banco. Essa última fase prevê também a expansão do museu, com uso de recursos tecnológicos. No local, será construída a Galeria dos Profetas, onde ficarão expostas as réplicas dos profetas do Aleijadinho, com o propósito de reunir o conhecimento na preservação de esculturas em pedra-sabão.
O projeto prevê ainda o funcionamento de um anfiteatro para receber ações culturais complementares. Os recursos do banco serão utilizados também em ações voltadas para a melhoria da sustentabilidade financeira do Museu de Congonhas, informou a assessoria.
Nessa quarta etapa, os recursos do BNDES serão de R$ 11,7 milhões. Com isso, o investimento total chegará a R$ 18,9 milhões, incluindo as três fases anteriores, e equivale a 48% do investimento global, de R$ 39 milhões.
As igrejas e esculturas coloniais de Congonhas atraem anualmente mais de 300 mil visitantes, o que torna o turismo uma das principais atividades geradoras de receita para a região.