Por Agência Brasil
Publicada em 10/06/2020 às 14h34
A Argentina registrou, nas últimas 24 horas, 1.141 novos casos confirmados de covid-19. Foi a primeira vez que o país ultrapassou mil casos em um dia. Do total de casos, 94% (1.080) foram registrados na Grande Buenos Aires. No mesmo período, foram registradas 24 mortes no país. O presidente Alberto Fernández falou que, pela velocidade de contágios, o país deveria estar em quarentena total.
O governo argentino decretou isolamento social, preventivo e obrigatório no dia 20 de março. A quarentena no país foi prorrogada diversas vezes e agora foi estendida para o dia 28 de junho, com algumas flexibilizações, como saídas noturnas para a prática de exercícios físicos. Até o momento, o país tem 24.761 casos confirmados de contaminação pelo novo coronavírus e 717 mortes.
O país vem apresentando um número crescente de casos, com mais de 900 confirmações diárias diversas vezes na última semana. O maior número de casos havia sido registrado no último dia 6, quando foram 983 em um único dia.
O presidente do país, Alberto Fernández, expressou hoje (10) preocupação com a doença, principalmente na região metropolitana de Buenos Aires. "Uma das coisas que levamos em conta é a velocidade de contágio, que hoje é a mais alta desde o dia zero, de modo que, na verdade, deveríamos estar na fase 1, de quarentena absoluta. Há uma série de pedidos, todos legítimos, para acabar com a quarentena. Isso multiplica os riscos".
Na semana passada, Fernández explicou que algumas cidades do país passariam da fase 1, de "isolamento total", quando todos (exceto os trabalhadores de atividades essenciais) deveriam ficar em casa, para a fase 2, de "distanciamento social", onde algumas flexibilizações seriam feitas. As cidades da região metropolitana de Buenos Aires, onde estão a maioria dos casos, seguem em quarentena obrigatória.
"Sabíamos desde o primeiro dia que teríamos um crescimento sustentado dos casos. Nossa política era adiar isso para dar tempo ao sistema de saúde para se preparar. Estamos cumprindo esse objetivo. O pico demorou e pode estar acontecendo. Não sabemos. Mas o problema ainda não foi superado, por isso devemos ter muito cuidado", afirmou Fernández.
O governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, afirmou em sua página no twitter que "infelizmente, os casos continuam a crescer na AMBA (Área Metropolitana de Buenos Aires), o que significa que o risco está avançando e que estamos entrando nas semanas mais difíceis. Sabemos que é muito difícil e cansativo, mas é hora de redobrar a paciência, o esforço e a solidariedade para cuidar-nos. Não abaixemos os braços, não corramos riscos desnecessários e, acima de tudo, continuemos protegendo o mais importante: a vida e a saúde de todos".
Em um anúncio feito na manhã de hoje, representantes do Ministério da Saúde da Argentina, informaram que, entre os contaminados, 4% foi infectado em viagens, 41% tiveram contato estreito com pessoas que testaram positivo, 38% foram por contágio comunitário e os outros 17% ainda estão sendo investigadas as razões.
Foi informado ainda que o país realizou mais de 208 mil testes até o momento e que há 263 pessoas em unidades de terapias intensivas, sendo que 233 delas estão na Grande Buenos Aires. As pessoas que já tiveram alta são 7.991.