Por Agência Brasil
Publicada em 01/06/2020 às 08h32
A Federação Boliviana de Futebol (FBF) confirmou oficialmente a primeira morte de um jogador profissional no mundo, vítima do novo coronavírus (covid-19). Deibert Román Guzmán, de 25 anos, mais conhecido como Frans, faleceu no último dia 24, mas somente ontem (30) a FBF oficializou o falecimento do atleta, por meio de um comunicado. O meio-campista defendia o Clube Universitário de Beni, da segunda divisão do campeonato nacional. Até ontem, a Bolívia registrava 9.592 casos confirmados e 310 mortes por covid-19.
No último domingo (24), a FBF já havia lamentado a morte do atleta com uma mensagem publicada no Twitter. "A Federação Boliviana de Futebol expressa suas sinceras condolências à família e aos amigos de Deibert Román Guzmán, pedindo a Deus renúncia e força nesses tempos difíceis".
Apesar do primeiro caso fatal, a entidade manteve agendada para a próxima sexta-feira (5) uma reunião com dirigentes de clubes para discutir a retomada da primeira divisão campeonato nacional, suspenso desde o dia 16 de março devido à pandemia.
Em entrevista à Agência Brasil, o jornalista Rainer Alberto Duran Urquizu, do jornal El Deber, de Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), afirmou que ainda não há consenso sobre o retorno dos treinos presenciais. “A ideia dos clubes é continuar o campeonato, mas a direção da FBF ainda não tem uma definição, alguma data para tentativa [de retorno], alguma proposta. Isso gerou alguns protestos de dirigentes de diferentes clubes, que questionam o porquê de a Federação ainda não estar trabalhando neste sentido. Então, na sexta-feira é muito possível que se esclareça o panorama. A FBF criou uma comissão que está elaborando um protocolo para voltar os treinos e retomar o campeonato”.
Urquizu alerta ainda para a vulnerabilidade dos atletas, tendo em vista que não podem contar com um tratamento diferenciado em relação a qualquer outro cidadão que tenha sido infectado no país.
“O tratamento que os jogadores de futebol e atletas, em geral, recebem na Bolívia, nestes casos de covid-19, até onde temos conhecimento, é igual para qualquer outra pessoa. Não existe um tratamento preferencial. As condições na Bolívia não são das melhores, os hospitais estão saturados”, revela o jornalista.
A competição nacional foi interrompida na 12ª rodada, com o The Strongest na liderança (21 pontos). Segundo Urquizu, está previsto para o próximo dia 10 de junho, um anúncio do Ministério dos Esportes da Bolívia comunicando as datas de retorno das práticas esportivas no país.