Por José Gadelha/Secom
Publicada em 12/06/2020 às 10h10
Por meio de uma rede de mobilização que conta com representantes da sociedade civil, além de instituições como o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (Ifro), Liga Acadêmica de Clínica Cirúrgica de Rondônia (Laccro), Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro e Fiocruz RO, centenas de profissionais da saúde e segurança estão sendo atendidos com a fabricação de equipamentos de proteção individual (EPIs).
São protetores faciais, máscaras, aventais e macacões a serem utilizados em ações de vigilância e combate ao novo coronavírus, como é o caso do Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Ambiental de Guajará-Mirim (Nuvepa), que atua em várias frentes de trabalho. Cerca de 20 protetores faciais foram entregues à diretora do Núcleo, Suellem Ribeiro da Silva.
Atualmente, o município concentra o segundo maior número de mortes por Covid-19, no estado, e enfrenta escassez de EPIs. “Os protetores faciais serão utilizados por enfermeiros, técnicos de enfermagem, e equipes de atendimento domiciliar e resgate, uma vez que muitos pacientes encontram dificuldade para se locomoverem até a unidade básica de saúde”, explicou a diretora.
A pesquisadora em Saúde Pública, Genimar Rebouças Julião, chefe do Laboratório de Entomologia da Fiocruz RO, esclarece que os protetores seguem padrões de segurança recomendados por órgãos de controle e devem ser de fácil utilização, não comprometendo o manuseio, higienização e visibilidade por parte dos profissionais que atuam na linha de frente. “Esses protetores fazem parte da lista de EPIs que muitos desses profissionais utilizam no dia a dia, e especialmente diante da ameaça do vírus Sars-CoV-2, tornaram-se ainda mais necessários, porém escassos ou tiveram o seu custo aumentado, inviabilizando a sua aquisição”, informou Genimar.
Além do Nuvepa/Guajará-Mirim, foram atendidos com equipamentos de proteção individual servidores de órgãos como Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, Hospital Infantil Cosme e Damião, Corpo de Bombeiros, Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), Unidade de Assistência Médica Intensiva (AMI), Polícia Militar, Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron), dentre outros.
Os protetores faciais seguem duas linhas de produção. Uma delas com a utilização de Poliestireno, PVC e acetato, materiais cortados a laser e encaminhados a voluntários que se encarregam das etapas de montagem, higienização e embalagem do produto. Para o outro modelo, é utilizada uma impressora 3D.
O pesquisador em Saúde Pública Fernando Zanchi, chefe do Laboratório de Bioinformática e Química Medicinal da Fiocruz RO, também colabora com a ação, por meio do desenvolvimento de protótipos em impressora 3D, e testagem de amostras até chegarem ao modelo definitivo de protetores, priorizando a praticidade e segurança do equipamento.
O engenheiro de computação Márcio Augusto Campos Pompermaier participa como voluntário na produção de suportes para viseira, disponibilizando uma impressora 3D para a fabricação de peças do protetor.
“Me sinto extremamente satisfeito em perceber que faço parte de um grupo de várias pessoas e instituições que têm o mesmo propósito: ajudar a proteger vidas”, destacou.
MOBILIZAÇÃO SOCIAL
Por meio do envolvimento de instituições parceiras e voluntários motivados pelo desejo de salvar vidas, diante da crise sanitária provocada pelo novo coronavírus, cerca de 1.600 protetores faciais já foram entregues a profissionais da saúde e segurança, em Rondônia.
Marcelo Correia, presidente da Laccro, explica que nos próximos dias mais 700 protetores faciais serão entregues a órgãos de saúde e segurança pública. “Nossa produção é contínua e busca o apoio de toda a sociedade por meio de doações”, reforçou.
Para quem tiver interesse em fazer parte dessa rede de mobilização social, em prol dos profissionais de saúde e segurança que atuam em Rondônia, foi disponibilizado o seguinte contato (69) 99939 0752 (Marcelo Correia).