Por Geovani Berno
Publicada em 22/06/2020 às 13h56
Diz o adágio que após a tempestade sempre vem a bonança e que as dificuldades nos servem como aprendizado. Mas será mesmo que a Humanidade aprende com seus erros? Após a Primeira Guerra aprendemos algo? Se aprendemos, qual o motivo de termos passado pela Segunda? E que foram sucedidas por tantos e tantos conflitos armados mesmo já sabendo de antemão que milhares de vidas seriam perdidas?
Após as pestes que se abateram como Gripe Espanhola, Ebola, H1N1, dengue o que aprendemos? Que lições tiramos e que ações foram tomadas pelos nossos governantes para que não voltassem a se repetir? A ciência, com certeza evoluiu bastante e, com isso, os grandes beneficiários destas epidemias e pandemias sempre foi a indústria farmacêutica que fatura bilhões anualmente com as mazelas humanas.
Mas e eu, o que aprendi com a Pandemia da Covid-19? Solidariedade é o que me vem à mente, pois deveríamos todos ter nos isolado e impedido a propagação do vírus. Mas não. Cada um pensou em seu umbigo, em não falir e em se dar bem com tudo isso. Imagino as dificuldades pelos quais muitos passaram e passam. Eu mesmo perdi o emprego e tive de me reinventar no período, e creiam, está sendo muito produtivo e prazeroso. Mas e quem não tem a oportunidade? Mais uma vez teve de contar com a solidariedade na distribuição de cestas básicas, remédios, entre outros.
A segunda palavra que me vem à mente é consumo. Aprendi que muito, mas muito mesmo do que desejamos e consumimos não é necessário. Passamos a vida comprando, adquirindo, consumindo, desejando, juntando grana, pensando em grana o tempo todo, em acumular cada vez mais. E agora me digam, pra quê tudo isso? De que adianta ter bilhões hoje no banco e não poder sair de casa? De que adianta o sapato novo, a roupa “da hora” e não ter uma festa pra ir e se exibir e mostrar aos outros que sou antenado. Que tenho dinheiro para comprar o último lançamento da Apple ou da Samsung, a bolsa de R$ 25 mil da Louis Vitoun. E daí? Daí que se pegar o vírus e complicar, nada disso salva tua vida.
Por isso que me vem a terceira palavra que é a compaixão. A possibilidade de nos colocarmos no lugar do outro e tentar sentir suas dores, suas necessidades primárias para a sobrevivência, pois de tudo o que falei anteriormente, grande parte é efêmero, não é necessário. É bom? Dá prazer, mas vive-se sem.
E, é claro, aprendi e entendi que a tecnologia cada vez mais está ao nosso lado, nos auxiliando, nos aproximando apesar das distâncias. A pandemia deixou claro às grandes empresas, governos, que gastar horas a fio em intermináveis reuniões é improdutivo. Que dá sim para fazer encontros, conferências e trabalhar, sendo produtivo, de qualquer lugar do mundo, desde que se esteja conectado. O comércio é outro grupo que terá de se reinventar, pois se provou que se vive sem shoppings, que se pode e é seguro comprar pela internet e por watsapp, entre tantas outras ações.
Enfim, eu particularmente aqui do meu mundinho fico muitas vezes vendo o mundo passar pela minha janela, mas por não estar no mercado formal de trabalho, isso não quer dizer que eu esteja alienado, distante de tudo. Ao contrário, a tecnologia me ajuda a estar em todos os lugares que eu desejo. Portanto, olhemos com mais carinho e atenção, pois é ela, a tecnologia que irá nos salvar no fim de tudo.
Geovani Berno é jornalista, publicitário e ator e, agora, empreendedor.