Por Rondoniadinamica
Publicada em 25/06/2020 às 12h02
Porto Velho, RO – Uma coisa dantesca, horrorosa, fora de propósito, completamente dissociada da realidade: assim ocorreu a inauguração parcial do Regina Pacis [Hospital de Campanha] como nova unidade de atendimento do Estado de Rondônia.
Enfim, sequer pela metade.
Comprado por R$ 12 milhões, o nosocômio ainda recebeu mais dois da gestão Marcos Rocha, sem partido, destinados exclusivamente à reforma predial da instalação localizada em Porto Velho, a capital.
Com pompas de festividades, como se houvesse algo a comemorar, a turma do Palácio Rio Madeira, com a benção e regência do Secretário de Saúde (Sesau/RO) Fernando Máximo – médico, diga-se de passagem –, reuniu defronte a instituição um mundaréu de gente afrontando as próprias diretrizes contensivas alardeadas a cada pronunciamento veiculado em rede social.
Com uma ninharia de 12 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), leia de novo, só 12 leitos de UTI, SÓ!, a preocupação do estafe foi esperar a conclusão de uma fachada bem suntuosa como se a prioridade fosse causar torpor com o possível êxtase visual da população diante da área no setor de recepção do local.
Marcos Rocha e Fernando Máximo, agindo assim, soam mais como corretores de imóveis, embora tenham custeado milhões em dinheiro público num hospital particular em vez de vender o que quer que seja, do que como gestores.
Foi um ato político ridículo, porém maiúsculo, próprio de quem deseja, do fundo d’alma, angariar dividendos de cunho eleitoral às custas de tragédias pessoais, de vidas, sem se importar com a calamidade pública ao redor – calamidade esta que vai muito além daquela encartada no papel usado à edição do decreto.
E pior: o estado volta ao noticiário nacional de maneira mais do que negativa, como quase sempre avaliando o retrospecto da história recente relembrando casos como, por exemplo, a Operação Dominó e a chacina da Reserva Roosevelt.
“Muda Rondônia, mas muda de verdade!”, era o slogan da campanha do então candidato Rocha e sua patota do PSL, partido de onde a maioria já até saiu.
Eles são, sim, a prova cabal de que as coisas podem sempre mudar, mas, neste caso, para pior. Muito pior.
Por causa do carioca Marcos Rocha, Rondônia volta a ser chacota no Brasil inteiro, e justamente por conta da “inauguração” dos doze leitos de UTI, fato tragicômico que nos abate, de maneira visceral, durante o que pode ser chamado, sem sombra de dúvidas, como a maior tragédia sanitária do Século XXI: ou seja, o avanço inescrupuloso do novo Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2).
Paralelamente, em pouco mais de um ano de mandato, o governador já gastou mais de R$ 100 mil em diárias; sua esposa, Luana Rocha, primeira-dama e titular da Secretaria de Ação Social (Seas/RO), apesar de prometer o enxugamento da máquina pública, “torrou” R$ 8 milhões com mais de 130 comissionados na pasta, segundo denúncia no Tribunal de Contas (TCE/RO).
O irônico é que Rondônia mudou. Mudou de verdade...