Por Rondoniadinamica
Publicada em 27/06/2020 às 09h55
Porto Velho, RO – Texto científico publicado por aluna e professora do curso de Psicologia da Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB), situado na Bahia, recebeu o seguinte título:
“O Primeiro Damismo na Assistência Social: uma análise crítica”. [clique aqui e leia na íntegra].
Mas o que Camilla Bastos Lopes, a acadêmica, e Fabiana Regina Silva Grossi, então docente, ambas signatárias, têm a ver com Luana Nunes de Oliveira Santos, mais conhecida como Luana Rocha, a esposa do governador de Rondônia?
Frise-se: além disso, ela exerce a titularidade da Secretaria de Estado da Assistência e do Desenvolvimento Social (Seas/RO).
A princípio, nada; sem vínculos diretos. Entretanto, a dupla de pesquisadoras, ao delinear o que significa ser Primeira Dama no Brasil, apontando, inclusive, a origem histórica do ofício informal, conceberam, quase como que adivinhas exercendo a futurologia com fulcro no esoterismo, a realidade na gestão regida por Rocha.
E como?
Oras, porque virou praxe entre mandatários “encostar” a respectiva esposa em algum órgão tecnicamente relacionado às demandas do povo, à pobreza, aos necessitados, enfim, sempre com o rosto adornado por um constrangedor sorriso entreaberto a fim de confundir-se à paisagem.
O artigo científico das baianas, apontado logo no início deste editorial, sacramenta:
“Segundo Silva & Quiroga (2009) as primeiras-damas que estão à frente da gestão da assistência devem ter o entendimento de que existe uma lei regulamentada, a qual deve ser colocada em prática. Para isto também é importante o seu total conhecimento, assim como a capacitação e qualificação destas gestoras”.
Em seguida, anota: “Na verdade este entendimento sobre a política de assistência coloca-se como condição para o acesso, o uso e a ampliação dos recursos financeiros”.
E sacramenta a conclusão alegando que, em seu processo de (re)ordenamento e rápida expansão pelo país, tendo como horizonte o “combate” à pobreza e à miséria da população, “a Assistência Social encontra no primeiro damismo uma limitação, por ser uma estratégia de (re)legitimação de uma prática que remonta as origens dessa política de cunho clientelista e paternalista, colocando em dúvida a perspectiva garantia dos direitos sociassistenciais à que se propõe, sendo assim o primeiro damismo um fator impeditivo do fim assistencialista”.
Luana não é a primeira nem será a última: mas o fato de pertencer ao estafe administrativo demonstra que a intenção do maridão nunca foi fazer diferente; aliás, pensando bem, ele fez diferente, sim. Além de Luana, um apontamento óbvio, é claro, o militar também arrumou cargo para a ex-esposa, Irani Marques de Albuquerque, diretora-adjunta da Policlínica Oswaldo Cruz (POC).
Já a Primeira Dama, lado outro, prometeu quando da posse “enxugar a máquina”, ou seja, a interpretação para qualquer entendedor de inteligência média apontaria rumo à diminuição de cargos comissionados com subsequente economia aos cofres do organismo.
A promessa transformou-se, de acordo com denúncia apresentada por diversas entidades sociais ao Tribunal de Contas (TCE/RO), numa estrondosa mentira. Atualmente, segundo o apontamento encartado no processo e revelado pelo Rondônia Dinâmica, são pelo menos 133 servidores comissionados na Seas/RO, o que, junto a outros dispêndios, fez com que Luana ultrapassasse a marca de R$ 8 milhões em gastos com dinheiro público.
Em suma, a estrutura organizacional e de pessoal que ela prometeu ser enxuta, é, na verdade, obesa mórbida e mais que pesada, pesadíssima.
Sem políticas públicas significativas nem demonstração de resultados na prática, especialmente medidas que deveriam ter sido patrocinadas a fim de combater os maléficos efeitos colaterais no seio social rondoniense porquanto perduram os efeitos do novo Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2), Luana ilustra, perfeitamente, a aberração terminológica relacionada ao Primeiro Damismo. E aí, caros (as) leitores (as), diante da plateia é sorriso, aceno beijo, luz, câmera e nada de ação.
É isso.