Por Notícia ao Minuto - Portugal
Publicada em 24/06/2020 às 15h08
A ideia foi defendida por Nathan Sales, embaixador e coordenador do Gabinete de Contraterrorismo do Departamento de Estado norte-americano, que resumiu, numa conferência telefónica a partir de Washington, em que a agência Lusa participou, o relatório anual sobre contraterrorismo no mundo em 2019.
"Os Estados Unidos e os seus parceiros realizaram importantes ataques para derrotar e diminuir a importância de organizações terroristas internacionais. Executámos ações muito fortes em 2019 no Iraque e na Síria, destruímos o Grupo Estado Islâmico (EI) e o seu autoproclamado califado e eliminamos o seu líder, um importante marco na luta contra o EI", afirmou.
Segundo Sales, os Estados Unidos estão a combater o EI "em todo o mundo", ao mesmo tempo que "intensificaram" os esforços para eliminar a rede mundial da Al-Qaida.
"Estamos particularmente focados em África, onde o EI e os seus grupos associados estão ativos, incluindo no Sahel, na região do Lago Chade e na África Oriental. Quanto à Al-Qaida, os seus grupos associados em África estão entre os grupos terroristas mais ativos e perigosos do mundo", disse.
Salientando o trabalho conjunto com os aliados dos norte-americanos, o diplomata destacou o papel da França no continente africano, manifestando-se confiante numa "derrota global da coligação do EI" ao envolver os melhores especialistas nesta "luta contínua".
"Foi sem surpresa que o relatório indica que o Irão continua a ser o Estado do mundo que mais apoiava o terrorismo em 2019. O Irão continua a usar o terrorismo como uma ferramenta básica do Estado no Médio Oriente e em todo o mundo. Vamos continuar a liderar a lutar contra o terrorismo iraniano", referiu.
A Venezuela está também no centro das atenções, com Sales a defender que, desde o anterior regime [de Hugo Chavez, liderado atualmente por Nicolas Maduro], os Estados Unidos consideram que se "tornou um país seguro para os terroristas", onde os combatentes do Exército de Libertação Nacional (ELN, grupo da Colômbia) e do Hezbollah "encontram um porto seguro".
"Também observámos um aumento significativo de ataques do ELN na Colômbia e que Cuba continua a acolher terroristas e fugitivos à justiça norte-americana", acrescentou.
Como decisões importantes realizadas pelos Estados Unidos em 2019, o Coordenador do Gabinete de Contraterrorismo do Departamento de Estado norte-americano destacou a ordem da Administração Trump para uma "maior eficácia" nas sanções aos líderes das organizações terroristas e aos que patrocinam o terrorismo, "a mais importante tomada em relação às sanções contra o terrorismo desde os ataques de 11 de setembro de 2001".
Outra medida importante, acrescentou, foi o repatriamento, acusação, julgamento e reabilitação de combatentes do EI, bem como de familiares, "para garantir que nunca mais regressem ao campo de batalha".
Segundo Sales, os Estados Unidos trouxeram de volta ao país 23 cidadãos norte-americanos da Síria e do Iraque - oito adultos e 15 crianças. Seis desses adultos foram acusados criminalmente.
Como último objetivo em 2019, Nathan Sales destacou a garantia dada aos "governos que estão na linha da frente" para que possam enfrentar as ameaças "sem ter de confiar na ajuda dos Estados Unidos".
"No início desta administração, identificámos prioridades chave para sincronizar, reforçar e expandir as ações necessárias para o contraterrorismo, utilizando todas as ferramentas civis e militares. O sucesso dos resultados tem reflexos evidentes no relatório sobre contraterrorismo", concluiu.