Por G1
Publicada em 01/06/2020 às 10h36
"Eu não sabia o que ia acontecer, mas falei: 'Algo de bom tem que sair disso'. E comecei a ligar para os amigos". Assim nasceu "Pausa", EP de Ricky Martin cheio de colaborações, do veterano Sting à sensação Bad Bunny.
O ex-Menudo de 48 anos está isolado em Los Angeles com a família. Ele consegue trabalhar de casa, mas, quando a pandemia começou, tinha canções não finalizadas e muita ansiedade.
As conversas com colegas foram desabafos: "Queria saber se eles estavam bem e também contar para eles que eu estava nervoso," diz Ricky em entrevista por videoconferência a jornalistas brasileiros.
Ele acabou descobrindo que o isolamento está deixando os colegas abertos a parcerias: "Todo mundo para quem eu liguei falou: 'Estou pronto para o que você quiser'". Sting até quis cantar em espanhol.
Além de Sting ("Simple") e Bad Bunny com Residente ("Cántalo"), o EP tem o espanhol Diego el Cigala (""Quiéreme"), o portorriquenho Pedro Capó ("Cae de Una") e a mexicana Carla Morrison ("Recuerdo").
Como é o novo EP?
"Pausa" tem um clima suave e faz parte de um duo de EPs, que será completo com "Play", mais agitado, ainda sem data certa. Os dois juntos formam o que seria o 11º disco de estúdio de Ricky.
"Simple" tem vocalizações, ecos e um tom filosófico que é a cara de Sting. Mas tem o romantismo de sempre para o fã-clube em "Recuerdo". "Tiburones" é uma balada convencional com letra política.
"Cae de Una" é uma espécie de soft-reggaeton. "Cántalo" é um pouco mais quente, com os inspirados Bad Bunny e Residente - é a única faixa que já estava pronta antes da quarentena. "Quiéreme" une flamenco e pop eletrônico - daria para chamar de ousada de Rosalía não existisse.
No fim das contas, o EP tem mesmo cara de uma série de ligações para amigos que acalmam Ricky - e os ouvintes - de maneiras diferentes. Fica a dúvida se, para as músicas dançante, a química remota também acontece.